Da Redação
MANAUS – A população no Amazonas está vivendo quatro meses a mais. No Estado, a expectativa de vida passou dos 71,4 anos em 2014 para 71,9 em 2016, revela o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O número de idosos também vem crescendo no Estado. Em 2001, eram 102 mil pessoas com 60 anos ou mais. Em 2016, a média pulou para 308 mil pessoas nessa faixa etária – mais que o triplo registrado há 15 anos. Nesse critério, o Amazonas só perde para o Pará dentro dos Estados do Norte – são 799 mil paraenses a partir dos 60 anos.
Em contrapartida, o número nacional de crianças até nove anos caiu, segundo o IBGE. A queda foi de 4,7% de 2012 para 2016 – enquanto a taxa de idosos cresceu 16% nesse mesmo período no País. A preocupação, segundo especialistas, é que o crescimento dessa parcela da população cause problemas ao sistema previdenciário. Em 2014, a situação era a seguinte: 33 jovens economicamente ativos trabalhavam para pagar a aposentadoria de 21 idosos.
A projeção é que em 2060 a conta passe a ser de 24 jovens para 63 idosos.“À medida que o País for envelhecendo, a tendência é que a situação (da previdência) se torne calamitosa. Realmente, o Governo Federal vai ter muita dificuldade em fechar suas contas”, prevê o pesquisador Bruno Ottoni, do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas). De acordo com dados do Tesouro Nacional, o déficit nacional com a previdência deve ultrapassar os R$ 181 bilhões em 2017.
Aposentadoria
Em 2014, a expectativa de vida das mulheres amazonenses era de 75 anos de idade, quase a mesma da média nacional no mesmo ano. Já os homens registraram média de 68,2 anos em 2014.
Bruno Ottoni afirma que os gastos com previdência no Brasil são altos. No estado amazonense, só com pagamento para aposentados foram gastos R$ 1,6 bilhão. “Nossa previdência hoje consome uma quantidade absurda de recursos do Governo e nós ainda somos um País jovem. A nossa transição demográfica será muito acelerada. O que a França fez em 100 anos, e alguns outros países europeus também fizeram em muitos anos em termos de transição demográfica ou velocidade de envelhecimento, nós faremos em 20 anos. Então, daqui a 20 ou 30 anos, o Brasil vai ser um país relativamente velho”, projeta o pesquisador.