A bancada do Amazonas no Congresso Nacional nunca foi unida, mas nunca esteve tão desunida como nesta legislatura. A situação é preocupante, e depois da “eleição” do senador Omar Aziz (PSD) para coordenador, a cisão entre os grupos políticos que representam o Estado nas duas Casas legislativas fica ainda mais evidente. Omar tentou, mas não conseguiu “domar” a bandada pelo diálogo e teve que usar a “força” para por fim a uma novela que já se estendia por quase três meses. As tentativas anteriores de realizar a eleição para coordenador e subcoordenador fracassaram. Nesta quarta-feira, o senador incumbiu um companheiro de partido, Átila Lins (PSD), para atuar na convocação e condução da reunião. O convite aos parlamentares foi feito em cima da hora. A reunião, marcada para o início da tarde teve o local mudado também em cima da hora e os que não chegaram no horário não foram avisados do novo local — casos de Hissa Abrahão (PPS) e Sandra Braga (PMDB). Vanessa Grazziotin (PCdoB), que no dia anterior duelou com Omar no plenário do Senado, alegou que já tinha compromisso marcado anteriormente e não participou. A aclamação do nome de Omar foi feita pelo grupo dele, com exceção de Conceição Sampaio (PP), que sempre atua em cima do muro, e de Marcos Rotta (PMDB), um histórico aliado do senador do PSD, que deve a ele sua trajetória política no Amazonas. Em suma, Omar tornou-se coordenador da bancada, mas terá muita dificuldade de dialogar com ela, até porque, o diálogo não tem sido um aliado do senador nesses três primeiros meses no Congresso.
Tirado do jogo
Hissa Abrahão, que vinha pregando uma “disputa salutar” para eleger o coordenador de bancada e se apresentava como candidato, foi tirado do jogo durante a partida. Alegando dificuldade para encontrar a sala onde foi realizada a “eleição”, o deputado do PPS chegou atrasado e ainda levou um “pito” do senador Omar Aziz, que já estava eleito coordenador.
Oficialmente,…
…Hissa Abrahão distribuiu uma nota parabenizando a eleição de Omar Aziz e de Marcos Rotta para a coordenação e sub-coordenação da bancada, lhes desejou sorte e se colocou à disposição para ajudar.
Crime de responsabilidade
O ministro Tribunal de Contas da União Jusé Múcio Monteiro disse não haver dúvidas de que o governo federal cometeu crime de responsabilidade fiscal ao utilizar recursos de bancos públicos melhorar as contas da União. Um paralelo pode ser feito no Amazonas, onde o governador José Melo (Pros) usou dinheiro do fundo de interiorização para pagar dívidas de custeio.
Atuação pífia
Nem de longe a atuação de Arthur Virgílio Bisneto (é assim que ele se chama no Congresso) se parece com a do pai. Dependente de discursos prontos, o filho do prefeito tem perdido o tempo na discussão de temas relevantes para o País. Prova: só nesta semana ele cobrou explicação do ministro Eduardo Braga sobre a crise no setor elétrico, quando agências de avaliação de risco apontam para um período de saída da crise.
Arthur x Dilma
O prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) deveria explicar o que aconteceu para ele passar a atuar entrincheirado contra a presidente Dilma Rousseff. Durante a visita dela ao Amazonas, em fevereiro de 2014, Arthur a elogiou; nos meses seguintes, atuou como aliado de Eduardo Braga (PMDB), então líder do governo no Senado, em busca de recursos, que não vieram. Próximo da campanha eleitoral de 2014, o tucano se aliou ao governador José Melo e chutou o balde da presidente. Os motivos até hoje não foram explicados, e desde então, em nota única, o prefeito reclama que o governo federal não dá dinheiro para Manaus.