Por Rosiene Carvalho, Da Redação
MANAUS – A divulgação da “Lista de Fachin” atingiu em cheio as principais lideranças políticas do Amazonas e os nomes mais cotados para a disputa dos cargos de governador do Estado e senador da República em 2018, a exemplo do que ocorreu em várias regiões do País. A lista que coloca políticos sob suspeita de envolvimento com atos ilícitos em campanhas passadas ou de corrupção no contexto da Operação Lava Jato tem os nomes de Eduardo Braga (PMDB), Omar Aziz (PSD), Vanessa Grazziotin (PCdoB) e Arthur Virgílio Neto (PSDB).
Nos próximos meses, ao mesmo tempo que vão tentar articular seus nomes e grupos políticos para a disputa do ano que vem, estas lideranças terão que conviver com as ameaças de novas fases de investigação da Lava Jato, que até agora foi marcada por prisões preventivas, mandados de busca e apreensão, a publicidade de todos os atos da investigação e enfraquecimento políticos de poderosos em Brasília. As próximas ações envolvendo o inquérito de cada um desses caciques terá repercussão no eleitorado do Amazonas.
A favor dos envolvidos há a possibilidade de que o andamento dos casos não seja tão célere quanto o que ocorreu com os processos sob a responsabilidade do juiz paranaense Sérgio Moro. Esta nova fase da operação ocorre sob pressão política sobre o judiciário.
Porém, os motivos que levaram o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin a quebrar o sigilo dos inquéritos já causam um bom estrago na imagem dos pré-candidatos. Fachin determinou abertura de investigação por suspeita de recebimento de propina para liberar obras ou recebimento de dinheiro irregular “a pretexto de ajuda de campanha” em troca de favorecimentos à empreiteira Odebrecht.
Não se trata, como ficamos acostumados a ver, de suspeitas sobre pessoas do Governo do Estado ou de pessoas ligadas aos políticos do Amazonas – o que já era bastante grave – cujas investigações permitiram que esses políticos saíssem ilesos a cada nova denúncia de corrupção no Estado. Desta vez, são os próprios caciques que estão no alvo da Polícia Federal e do MPF (Ministério Público Federal).
Ao colocar adversários no mesmo balaio e até no mesmo inquérito, o ministro, sem intenção, põe um freio na possibilidade de uso das investigações como munição contra adversários. Ao menos por parte dos que estão com os nomes investigados. Esse freio ficou visível nesta quarta-feira, com o sumiço dos perfis “fakes” em redes sociais que costumam atacar publicações na internet envolvendo os nomes de Braga, Omar e Arthur.
Um exemplo é o inquérito nº 4.418, que tem como investigados os dois nomes mais cotados para a disputa ao Governo do Amazonas: os senadores Omar Aziz (PSD) e Eduardo Braga (PMDB). O delator dos dois afirma que pagou propina em troca de favorecimento na obra da Ponte Rio Negro.
Outro nome que podia surgir para a disputa ao governo ou ao Senado da República, Arthur Virgílio Neto (PSDB), também consta na “Lista de Fachin” e só não teve o inquérito aberto ainda por não ter foro privilegiado no âmbito do STF. No momento em que se esperava esclarecimento sobre as suspeitas de corrupção, Arthur Neto tentou criar um fato novo, prometendo deixar a política.
Outro alvo de Rodrigo Janot é a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), que dois anos após ser eleita senadora da República com o apoio de Eduardo Braga, recebeu recado claro das urnas de rejeição ao ser derrotada por Arthur Virgílio à Prefeitura de Manaus em 2012. A comunista tenta se viabilizar para 2018 na esteira da atuação contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e no ressurgimento de Lula para 2018 – outra pré-candidatura ameaçada.
Investigado na Lava Jato, o deputado federal Alfredo Nascimento (PR) nos últimos sete anos teve participações nas eleições marcadas por derrotas, recuos políticos para sobreviver e rejeição de sua imagem por novas lideranças. Em 2010, foi derrotado por Omar Aziz nas urnas; em 2014, abriu mão de concorrer à reeleição ao Senado e teve que se lançar a deputado federal sob risco de não retornar a Brasília. Nas Eleições de 2012 e na de 2016, Henrique Oliveira (SD) e Marcelo Ramos (PR) não quiseram Alfredo no palanque.
Com este cenário, é grande o risco das urnas no Amazonas em 2018 virem recheadas de nomes de investigados pela Lava Jato e todas as instabilidades políticas e jurídicas que os eleitos passam a carregar nas funções públicas que vierem a ocupar.
Povo manipulado com reportagens editadas visando causar estrago somente para alguns partidos. Como o próprio presidente da Odebrecht falou a corrupção já acontece a mais de 30 anos e é de conhecimento de todos, PORQUE SÓ AGORA RESOLVERAM INVESTIGAR?? Cadê a imprensa e os órgãos públicos que nunca fizeram uma reportagem para denunciar?? Agora deram para editar as denúncias e ainda publicam matéria com material editado visando manipular a população.