Da Redação
MANAUS – Na primeira entrevista como governador do Amazonas, no início da tarde desta quarta-feira, 4, Amazonino Mendes (PDT) duvidou dos números sobre a saúde financeira do Estado apresentados nessa terça-feira pelo então governador interino David Almeida (PSD). David divulgou que houve aumento da receita, há superávit fiscal e dinheiro em caixa para investimentos.
“Não existe isso. Nós somos deficitários. Só no setor de cooperativas de saúde tem R$ 200 milhões atrasados. Se contar o que foi penhorado vai chegar à casa do bilhão de reais”, disse Amazonino.
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Ao contrário do que divulgou Almeida, Amazonino afirmou que o aumento de receita do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) foi “circunstancial” independente de ação de governo. “Há, de certa forma, uma alvorada que é a nascente recuperação da economia nacional. A economia brasileira está dando sinais positivos. E aqui no Amazonas, uma circunstância melhorou a receita de ICMS, independentemente de ação de governo. A Petrobras deixou de vender petróleo, então as empresas autorizadas é que estão fazendo a importação de petróleo e é isso que tem dado o circunstancial aumento do ICMS. Foi acidental”, disse.
Âmbito institucional
Amazonino disse que não pretende entrar em uma disputa pessoal com David Almeida, que reassume a presidência da ALE (Assembleia Legislativa do Amazonas) e que a relação será institucional. “Ele é o presidente do Poder Legislativo e vou me relacionar com a instituição. A relação não é de pessoas é sim de instituições. Não sou amigo dele e nem pretendo ser. Ele que faça valer o valor de sua instituição e nós vamos fazer valer o valor da instituição Executivo”, disse.
O governador disse que David Almeida queria estender a interinidade além do limite. “Eles, a meu ver, ofenderam o bom senso a exaustão. Ficou muito claro que havia uma interinidade que queria passar dos seus limites, isso em detrimento do Estado e da população que vive momentos angustiantes, de crise e de deficiência dos serviços públicas com uma enxurrada de dados e entrevistas equivocadas induzindo a população a erros com relação a números da economia. Por último, essa penitência em se apegar ao poder mesmo em detrimento da vontade popular”, discursou.
Prioridades
Amazonino disse que no setor público tudo é prioridade, mas há setores que precisam de atenção maior como saúde e segurança. “Há momentos em que você tem que dar mais atenção a determinado setor, mas tudo é importantíssimo. É obvio que estamos nos ressentindo muito com a deficiência na saúde pública e na segurança. Estão a merecer do governador uma atenção especialíssima e podem esperar que vem atos revolucionários com o firme propósito de tentar resgatar esses setores”, disse o governador, ao se autoexaltar: “Não sou governador interino não, sou governador diplomado eleito pelo povo”.