Da Redação
MANAUS – A rejeição ao Fundo Amazônia pelo governo Jair Bolsonaro foi ignorada na ONU (Organização das Nações Unidas) pelo governador do Amazonas, Wilson Lima, que defendeu investimentos estrangeiros na região como forma de conciliar exploração econômica com preservação ambiental. Lima citou investimentos em áreas com grande potencial econômico como a bioeconomia, o turismo sustentável, a piscicultura e a exploração do gás natural.
“Nós sofremos uma cobrança internacional muito grande, especialmente com o que aconteceu em relação às queimadas recentemente. Houve um exagero no que foi divulgado, mas também, de fato, houve um aumento nas queimadas. Precisamos não só combater as queimadas, mas ter ações que evitem que isso volte a acontecer”, disse Lima no debate ‘Amazônia Possível’, um dos eventos da ONU sobre o Fórum Global do Clima, em Nova Iorque.
O Fundo Amazônia é mantido pela Alemanha e Dinamarca que financiam projetos sustentáveis na região. O repasse de recursos foi suspenso após o governo Bolsonaro questionar a aplicação dos recursos e reivindicar a administração do dinheiro. Os governos alemão e dinamarquês não concordaram, mas se dispuseram a negociar um meio termo.
“Não tem como a gente falar de preservação sem levar em consideração o desenvolvimento econômico e social. Uma coisa não pode estar dissociada da outra”, disse o governador do Amazonas.
Wilson Lima se reuniu com investidores internacionais para tratar de parcerias. Ele esteve com Fiona Banister, que trabalha com representação de fundos para pequenos negócios, e com Peter Seligmann, responsável pelo fundo criado por Steve Jobs. Eles discutiram parceria para projetos na região do Vale do Javari, no Alto Solimões.
Lima lembrou que o Amazonas tem a maior parte do seu território preservado. “O estado do Amazonas concentra a maior parte da Amazônia, são 1,5 milhão de quilômetros quadrados, com 97% dessa área protegida. Nós temos apenas 3% de área antropizada, ou seja, área em que há atividade humana. E a maioria desses 3% é área urbana, e daí a necessidade de se pensar, acima de tudo, sobre o cidadão que está lá na floresta”, disse.