Do ATUAL
MANAUS – “O poder público precisa ser locomotiva para gerar o ambiente para negócio”, afirmou o deputado estadual Wilker Barreto (Mobiliza), candidato a prefeito de Manaus, nesta quarta-feira (4), ao defender que a prefeitura financie equipamentos para empreendedores. “Eu não vou dar o dinheiro. Você [o empreendedor] vai pegar o equipamento e o insumo”, prometeu o candidato.
Wilker foi sabatinado pelos jornalistas do Grupo dos Seis, formado pelo AMAZONAS ATUAL, Blog do Hiel Levy, Portal Único, Portal do Marcos Santos, site BNC Amazonas e site Mário Adolfo. A entrevista está disponível no Youtube.
Na entrevista, Wilker disse que o Município de Manaus tem uma boa receita, mas há “descontrole real dos gastos”. O candidato afirmou que “os gastos governamentais são fundamentais para o aquecimento econômico”.
Barreto disse que o plano de governo dele se concentra em quatro eixos: emprego e renda, gestão, qualidade de vida e sustentabilidade. Segundo ele, os principais são a economia e segurança pública.
“Emprego e renda por que? Porque hoje eu só acredito em uma cidade que prospera e que crie o ambiente para negócios. O centro de Manaus hoje, para mim, é o reflexo do abandono da economia de uma cidade pela atual gestão”, disse Wilker. O candidato afirmou que “a falta de segurança pública está insuportável” na capital.
“Hoje, o eixo principal do nosso mandato é devolver a prosperidade econômica de uma cidade que tem uma receita boa, mas tem um descontrole real dos gastos”, afirmou Wilker.
Ao defender que o poder público ajuda aquecer a economia, o candidato afirmou que atualmente há fornecedores com pagamentos em atraso.
“Os sinais precisam ser vistos no andar do exercício. A prefeitura tem vários fornecedores em atraso. Vários fornecedores em atraso. E quando você atrasa o fornecedor você machuca a economia. Isso aí é economia pura, fórmula da demanda agregada. Os gastos governamentais são fundamentais para o aquecimento econômico”, disse Wilker.
Para o candidato, a prefeitura “precisa ser locomotiva” para criar o ambiente de negócio. Ele propõe a criação do “Banco Empreendedor”, que disponibilizará linhas de crédito exclusiva para financiar micro, pequenas e médias empresas.
Wilker relatou que em caminhadas nas ruas de Manaus conversou com um idoso que vende salgados em um bairro na zona norte sobre o que o ajudaria no negócio. Segundo o candidato, o homem disse que uma máquina de salgado o auxiliaria a aumentar a demanda, mas que o equipamento custa, em média, R$ 14 mil. O homem, ainda conforme o candidato, disse que, com a máquina, teria que contratar um ajudante. Para Wilker, isso é gerar emprego e renda.
“Eu não vou dar o dinheiro. Você vai pegar o equipamento e o insumo. Infelizmente, se a gente der o dinheiro, quem me garante que isso… Se ele gastar R$ 1 mil dos R$ 14 mil já não compra mais a máquina. Nós precisamos ser locomotiva. Às vezes uma máquina de costura para uma senhora que sabe costurar ela faz R$ 30 por dia e R$ 900 por mês”, afirmou.
“Então, micro, pequena e média empresa é a locomotiva de uma economia. Isso aqui é banco empreendedor. Linhas de créditos para jovens, linhas de crédito para 60+, e nós temos um público chamado 45 a 55 anos que se nós não dermos opção de renda para ele, esquece que ele não voltar mais para carteira assinada. Mas nunca ouvi dizer que um bom panificador, um bom doceiro, um bom eletricista, é esse público que nós vamos qualificar”, completou Wilker.
Licenciamento integrado
O candidato do Mobiliza também defendeu o que chamou de “licenciamento integrado” feito pela prefeitura para empreendimentos. Wilker reclamou da burocracia que impede que micro, pequenas e médias empresas invistam na capital amazonense.
“Hoje, para abrir um negócio em Manaus, nasce uma criança, mas não nasce o negócio. Porque o Implurb [Instituto Municipal de Planejamento Urbano], a Semma [Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade], a Dvisa [Divisão de Vigilância Sanitária de Manaus] vê o empreendedor como se fosse uma adversário, um inimigo. Pelo contrário, nós temos que ter uma cidade que facilite o ambiente de negócio”, afirmou.
Wilker também defende a flexibilização do plano diretor da capital, que estabelece as regras para construções. “Vamos ter que flexibilizar o plano diretor principalmente para as áreas de bairro. Como é que você consegue abrir um negócio com seis vagas de estacionamento? Em uma cidade que cresceu de forma desordenada? Nós temos que usar o princípio da boa-fé”, afirmou.
O candidato disse que a prefeitura precisa confiar no empreendedor. “Salvo o tipo 4, que é muito específico, tem que ter cuidado, mas porque o tipo 2, que você só informa lá, alimenta as informações. O poder público vai fiscalizar. Se tu faltou com a verdade aqui, nós vamos fechar o teu negócio”, disse.
Wilker também mencionou que em Manaus ainda não houve a regularização da lei federal que permite a construção de edificações a 500 metros da orla, que segundo ele poderia viabilizar empreendimentos em Manaus.