MANAUS – O presidente da Câmara Municipal de Iranduba – município a 24 quilômetros de Manaus -, Roberto Bandeira (PSD), e o vereador Antônio Gerlande (PTN), se entregaram à Polícia Federal na noite do último domingo, 16. Os nomes deles figuravam na lista dos 11 mandados de prisão, parte deles cumpridos na última segunda-feira, 16, durante a operação Dízimo, que teve entre os presos o vereador Antônio Alves (PT). A informação foi confirmada pelo vereador Antônio Irapuan (PDT). O
Eles são acusados de participarem de um esquema de desvio de recursos em contratos com a Prefeitura de Iranduba para compra de merenda escolar,transporte escolar e até de verba federal destinada às vítimas de desastres naturais, como é o caso da cheia dos rios no Amazonas.
O dinheiro do transporte escolar desviado era oriundo do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). Secretários fraudavam licitações e combinavam com empresários que ganhavam os contratos o pagamento de propina para pagar os vereadores da base aliada do prefeito Xinaik Medeiros. A organização era comandada pelo secretário de finanças do município, David Queiroz, que chamava o pagamento aos vereadores de “dízimo”.
De acordo com o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Marcelo Rezende, nove mandados foram cumpridos sexta-feira, restando apenas os dois vereadores como foragidos. Entre os presos estão o secretário de Finanças, David Queiroz, o presidente da Comissão de Licitação, Edu Corrêa, e outros dois secretários municipais. A PF não divulga os nomes de presos em operações, mas deu pistas de alguns nomes da operação desta segunda-feira.
O modus operandi da organização criminosa, de acordo com o delegado Alexandre Teixeira, era o seguinte: as licitações eram fraudadas para beneficiar os empresários contratados pelo município. Em troca, os empresários aceitavam pagar entre 25% e 30% do valor contratado em propina ao secretário de Finanças, que utilizava o dinheiro para pagar uma espécie de “mensalinho” para os vereadores. Os contratos fraudados totalizam R$ 52 milhões, segundo a PF.