A direção nacional do partido também defende o PT como vice em uma chapa com o PMDB, mas ainda não definiu nome
MANAUS – O presidente estadual do PT, Valdemir Santana, está decidido a ser o candidato a vice-governador na chapa do senador Eduardo Braga (PMDB). Internamente, no PT, ele já anunciou a decisão, mas enfrenta resistência de tendências dentro do próprio partido. Eduardo Braga também ainda não bateu o martelo (o que deve ocorrer só nos últimos dias do prazo para as convenções, em junho de 2014).
Santana se elegeu presidente do PT, em novembro deste ano, defendendo uma participação mais ativa do partido nas eleições do ano que vem. A disputa só foi definida no segundo turno, com o deputado estadual Sinésio Campos, que também sonha em ser candidato a vice de Braga.
O grupo de Sinésio é uma das tendências que resiste à candidatura de Santana como vice. Outro grupo é o do deputado estadual José Ricardo e do deputado federal Francisco Praciano, que defendem candidatura própria do PT para o governo, em 2014.
Santana nunca disputou eleição, mas tem força nos bastidores do poder. É dele a indicação da secretária estadual de Trabalho, Maria Francinete Corrêa de Lima, e do presidente do Instituto de Terras do Amazonas, Wagner Santana, filho de Valdemir. Apesar de estar no governo de Omar Aziz, o PT no Amazonas será obrigado a se aliar com Braga, em função da aliança nacional com o PMDB, para apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).
O PT é um dos partidos mais cobiçados pelos candidatos a cargo majoritário por causa do tempo de televisão e rádio, na propaganda eleitoral gratuita. Como o partido fez a maior bancada de deputados federais em 2010, é dele o maior tempo de TV e rádio.
O problema de Valdemir Santana é que ele agrega muito pouco à candidatura de Eduardo Braga. O presidente do PT é pouco conhecido do eleitorado além dos muros do sindicalismo, na capital, e menos ainda nos municípios do interior do Estado. Braga vai querer o apoio do PT, mas Santana como vice, só se for uma decisão do PT nacional. A vantagem do presidente regional é que ele faz parte da mesma tendência do presidente nacional, Rui Falcão.
Depois da eleição do PT, em novembro, os presidentes eleitos se reuniram em São Paulo com o presidente Rui Falcão e, na ocasião, a cúpula do PT nacional defendeu a candidatura de Braga para o governo do Amazonas, e disse que o PT precisava de um nome para ser vice na chapa.
A direção nacional do PT trabalha com a hipótese de que o governador Omar Aziz (PSD) será candidato ao Senado e disputará a eleição aliançado com o senador Eduardo Braga. Neste cenário, o PT não teria problema de ser o vice e estar no governo.