Por Iolanda Ventura, da Redação
MANAUS – Na avaliação de representantes do setor de bares e restaurantes em Manaus, o decreto estadual que obriga frequentadores dos locais a apresentar a carteira de vacinação com pelo menos a primeira dose da imunização é polêmico, mas será obedecido. Os clientes que não quiserem obedecer, serão convidados a se retirar.
A regra entrou em vigor a partir desta segunda-feira (23) e vale por 15 dias. A medida, que também se aplica a flutuantes, foi determinada pelo Comitê de Enfrentamento à Covid-19 do Amazonas na sexta-feira (20) como forma de estimular a vacinação.
Fábio Cunha, presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) no Amazonas, entende que por ser uma medida nova, não tem como prever como alguns frequentadores reagirão. “É uma norma polêmica, que vai gerar questionamentos”, diz. “Mas a gente está acatando”, afirma.
O presidente da Abrasel explica que o controle dos clientes vacinados será feito através de recepcionistas na entrada ou por garçons junto às mesas já dentro dos estabelecimentos.
Além da versão física, Cunha informa que a versão digital da carteira de vacinação pode ser apresentada. Para ter acesso, basta baixar o aplicativo Conecte SUS, do Ministério da Saúde. Está disponível para dispositivos com sistemas Android e iOs na loja de aplicativos do celular.
Hissa Abrahão Filho, proprietário do Luar de Uaicurapá, no Conjunto Vieiralves, zona centro-sul da capital, afirma que na entrada do estabelecimento haverá placas com um código QR Code, que lido pela câmera do celular direciona o cliente ao site Imuniza Manaus, da Semsa (Secretaria Municipal de Saúde).
“Lá você só coloca o CPF e aparece qual a data da segunda dose, ou se você está imunizado com algumas das doses”, diz. “Dessa forma, resolvemos bem mais rápido, ao invés de pedir para o cliente baixar o aplicativo”, explica.
De acordo com Hissa, a verificação do comprovante será feita por uma pessoa especializada em receber e conduzir o cliente até a mesa. O empresário diz que embora seja desconfortável, quem não conseguir comprovar a imunização não entrará.
“Se for constatado que mesmo a gente verificando no site da Imuniza que ele não foi vacinado, vamos informá-lo que em respeito ao decreto estadual não podemos permitir a entrada no recinto. E pode até criar algum incômodo, mas a gente tem que respeitar o decreto”, explica Hissa.
Pricila de Assis, de 35 anos, jornalista, costuma optar por bares e restaurantes como opção de entretenimento em Manaus. Ela já tomou a primeira dose contra a Covid-19 e considera importante que os comerciantes sigam o decreto para que a normalidade seja retomada.
“A medida sobre o pedido da apresentação do cartão de vacinação já era para ter acontecido logo que iniciaram as vacinações e a reabertura de comércios de forma geral. Enquanto as pessoas continuarem a resistir à vacina, precisarão sentir medidas mais drásticas”, diz.
Marcelo Figueiredo, 32 anos, designer gráfico, também aguarda a segunda dose. Na opinião dele, a medida não oferta segurança total, mas é importante. “Não creio que ficará 100% seguro, até porque a maioria das pessoas ainda não tomou a segunda dose da vacina. Mas já é um começo, talvez isso incentive as pessoas que ainda não se vacinaram a procurarem um posto para isso”, diz.