
Por Iolanda Ventura, da Redação
MANAUS – A imunização em massa da população de Manaus e de municípios com situação mais grave de contágio pelo novo coronavírus é essencial para conter o avanço da doença e retomada da economia no Amazonas, afirma Jesem Orellana, pesquisador e epidemiologista da Fiocruz Amazônia (Fundação Oswaldo Cruz).
“Essa vacinação em massa pode não reduzir apenas o número de doentes, hospitalizações, o número de mortos principalmente, como também reduzir fortemente os gastos desnecessários que estão acontecendo por conta da epidemia. E, sem dúvida, auxiliará a economia a retomar suas atividades e devolverá a felicidade do povo amazonense perdida com esse quase um ano de derrotas atrás de derrotas para a epidemia”, diz.
Orellana afirma que os benefícios vão além do âmbito regional, uma vez que pode evitar que novas cepas do vírus saiam do país. “Portanto, essa estratégia resolve não apenas esses problemas locais de saúde, como pode evitar que novas cepas venham a circular no Amazonas, no Brasil e se espalhem pela humanidade”, diz.

O epidemiologista avalia que do ponto de vista científico, a vacinação em massa ajudará a entender melhor como a população reage a este processo.
“Também pode ajudar a responder algumas perguntas em relação à resposta imunológica da população diante de uma vacinação em grande escala como está sendo proposta para Manaus e para alguns municípios do Amazonas”, afirma.
Orellana apoia o pedido das defensorias públicas do Amazonas (DPE) e da União (DPU) na Justiça Federal para obrigar o governo federal a comprar, em 30 dias, novas doses de vacina contra Covid-19 para imunizar pelo menos 70% da população de oito municípios do Amazonas.
“Em relação à imunização em massa que está sendo pleiteada pelas defensorias para a cidade de Manaus e alguns dos municípios prioritários, eu classificaria essa demanda simplesmente como essencial dadas as enormes dificuldades e a tragédia que a humanidade assistiu em Manaus e no Amazonas de uma forma geral, tanto na primeira quanto na segunda onda”, diz.