Por Felipe Campinas, do ATUAL
MANAUS – O partido União Brasil pediu, nesta segunda-feira (12), ao TRE-AM (Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas), a investigação e a cassação do deputado federal eleito pelo Amazonas Adail Filho (Republicanos) por abuso de poder econômico e político.
A sigla aponta cinco ocorrências envolvendo suspeita de compra de votos a favor de Adail em Manaus e no interior do estado, e alega que a campanha do ex-prefeito de Coari teve “despesas milionárias” que não foram declaradas à Justiça eleitoral.
O pedido ocorre dias após o MPE (Ministério Público Eleitoral) pedir a cassação de Adail, da deputada estadual reeleita Mayara Pinheiro (Republicanos) e do deputado estadual eleito Thiago Abrahim (União Brasil) por infrações à Lei Eleitoral.
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Adail foi eleito com 90.028 votos. Ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ele declarou receita de R$ 1,8 milhão, sendo maior parte doação do partido, e despesa de R$ 1,7 milhão.
Em uma das AIJE’s (Ação de Investigação Judicial Eleitoral) protocoladas nesta segunda-feira, o partido afirma que Adail usou aeronaves para fazer campanha no interior entre 20 de agosto e 1º de outubro, mas não prestou conta dessas viagens à Justiça Eleitoral.
“Não constam declarados na prestação de contas deste último despesas milionárias pagas com Caixa 2 de campanha, que extrapolam inclusive o limite de gastos da Justiça Eleitoral de candidatura para Deputado Federal”, diz trecho da ação.
O União Brasil menciona duas viagens, uma para Itacoatiara (em 27 de agosto) e outra para Fonte Boa (em 1º de setembro), que não foram informadas por Adail. As listas de passageiros da aeronave nos voos desses dias mostram o nome do ex-prefeito de Coari.
“O candidato Adail Filho omitiu os gastos e despesas com aeronaves pagas diretamente por ele (em caixa 2) e também por outras pessoas físicas e jurídicas que podem ter pago pelo serviço aéreo, para Adail Filho”, diz trecho da ação.
Em outra AIJE, o União Brasil acusa Adail de usar indevidamente servidores da Prefeitura de Coari, atualmente comandada pelo primo dele, Keitton Pinheiro, para “trabalhar na segurança particular nas viagens de campanha de 2022” dele.
“Conduta abusiva inadmitida pela Justiça Eleitoral que veda a utilização da máquina pública de forma distorcida para se locupletar ilicitamente de serviços públicos, na constância de uma candidatura ao cargo de Deputado Federal, como sói ocorreu in casu”, diz o partido.
O partido também relata cinco ocorrências envolvendo suspeita de compra de votos a favor de Adail em Manaus, Itacoatiara, Rio Preto da Eva e Manacapuru, em setembro e outubro. Entre os casos apontados estão a detenção e a prisão de aliados de Adail na véspera e no dia da eleição.
A reportagem tentou ouvir o deputado federal eleito Adail Filho, mas até a publicação desta matéria nenhuma resposta foi enviada.