EDITORIAL
MANAUS – Dirigentes da Amazonas Energia Distribuidora minimizaram os dados divulgados pelo Ipem-AM (Instituto de Pesos e Medidas do Amazonas), que revelaram problemas em mais de 140 medidores, seis dos quais contando a mais, ou seja, em desfavor dos consumidores.
De acordo com os dirigentes, apenas seis medidores apresentaram o problema de contagem além do consumo de energia, o que representa 0,6% do total vistoriado. Os diretores da Amazonas Energia também tentam dar destaque a 138 medidores que contavam a menor, gerando prejuízos à empresa.
Ora, se houvesse um único medidor de energia contando a maior, já seria um problema. Seis medidores é um problemão. Mas no mesmo dia em que os diretores da empresa contestaram o Ipem, o instituto divulgou os dados da fiscalização realizada neste mês de fevereiro. Nos primeiros 14 dias, outros 24 medidores apresentaram problemas.
Os problemas em medidores, para mais ou para menos, não pode ser minimizados. A precisão deve ser perseguida pela empresa com obstinação. O ideal é que não haja nenhum consumidor lesado, já que o preço da energia no Amazonas, para quem paga suas contas mês a mês, é muito alto.
É sabido que parte dos consumidores adultera os medidores para que contam menos do que a energia consumida, e isso também aparece nas vistorias feitas pelo Ipem-AM (esse “defeito” apareceu em 138 medidores nas inspeções de janeiro). Mas esse fato não pode ser usado como justificativa para cobrar a mais de outros consumidores.
Neste sentido, a troca de medidores por equipamentos que traga mais confiança por parte do consumidor e que seja à prova de violação faz-se necessário e urgente.
No entanto, a Amazonas Energia não consegue se comunicar nem com o consumidor e nem com as autoridades locais. Uma prova disso é o imbróglio jurídico por conta da instalação de novos medidores.
A empresa começou a instalá-los sem que fizesse uma comunicação adequada para explicar aos usuários o funcionamento do novo equipamento. Uma experiência fracassada do passado prevaleceu na cabeça dos consumidores. Naquela ocasião, os medidores dificultaram o acompanhamento do consumo, porque os equipamentos foram instalados em posts.
Agora, pelo menos na apresentação feita por diretores da empresa, os medidores são “híbridos”, ou seja, parte do equipamento fica no poste, e outra parte, a do medidor, fica na parede do consumidor.
Essa informação, no entanto, só foi apresentada quando os novos medidores já estavam demonizados e a Justiça já havia determinado a suspensão dos serviços de instalação de novos equipamentos.
Mais uma vez, a relação Amazonas Energia x consumidor se mostra precária e pouco republicada por parte da empresa.