O Complexo Viário 28 de Março, a primeira obra viária da gestão do prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) na Prefeitura de Manaus, é uma agulha no palheiro caótico que se transformou o trânsito de Manaus. A obra é extremamente importante e necessária e consegue, segundo a promessa oficial, dar fluidez ao trânsito sem a necessidade de semáforos ou agentes de trânsito, como ocorre em outros complexos viários inaugurados nas gestões que o antecederam. O problema é que a cidade inteira está com o trânsito estrangulado. O complexo viário do Coroado, por exemplo, precisa urgentemente de uma intervenção do município. Os motoristas, a maioria trabalhadores que se deslocam pela manhã, gastam, em média, 40 minutos para andar um quilômetro na Avenida Cosme Ferreira. Para quem sai da Avenida das Torres, a espera é ainda maior. O transtorno que se verificava nas primeiras horas da manhã e no fim do dia, se estende para todas as horas do dia na rotatória do Coroado. Mas ali não é o único local que precisa de intervenção. A rotatória do Armando Mendes, pela manhã, tornou-se o caos para quem se desloca ao Distrito Industrial. A rotatória do Produtor, no bairro Jorge Teixeira, também é um ponto de estresse para os motoristas na maior parte do dia. Nos fins de semana, a situação piora. Arthur não é o culpado dos problemas de trânsito, mas o cargo que ocupa hoje exige que ele, pelo menos, providencie os projetos e comece as obras necessárias para minimizar os problemas.
Transporte problema
Um dos culpados pelos problemas do trânsito em Manaus chama-se transporte coletivo. Sem qualidade e sem controle, o sistema de transporte público afasta a população, que vê no carro próprio a solução para os seus problemas. Enquanto o poder público deixar o transporte coletivo nas mãos das empresas, não haverá perspectiva de melhora do sistema. O problema é que os últimos quatro prefeitos não tiveram coragem de mexer nesse vespeiro.
Dedo na ferida
Nesta semana, uma equipe de diretores da Eletrobras Amazonas Energia foi pedir ao Tribunal de Justiça ajuda para realizar audiências de conciliação para tentar resolver mais de 20 mil processos judiciais contra devedores da companhia de energia elétrica estadual, que acumulam uma dívida de R$ 460 milhões. O pedido, na verdade é uma forma de provocar o Judiciário, porque são juízes e desembargadores que emperram os processos e dão guarida aos grandes consumidores que furtam energia elétrica. Há casos em que, mesmo sem pagar as contas de luz, as empresas ganham liminares que proíbem a Amazonas Energia de cortar o fornecimento.
Conversa pra boi dormir
É um deboche à sociedade a desculpa de deputados estaduais e federais faltosos na Assembleia Legislativa do Amazonas e na Câmara dos Deputados de que estavam cumprindo compromisso de seus partidos. Exceto as reuniões que ocorrem no parlamento para discutir matérias em tramitação, outros compromissos, principalmente fora do local de trabalho, deveria ser marcada em horário distinto das sessões. Todos sabem que a justificativa é conversa pra boi dormir.
Mudança de preço
No dia 24 de julho, a Secretaria de Educação do Estado do Amazonas (Seduc) assinou um contrato no valor de R$ 5.244.000,00 com a empresa Beira Alta Industrial Ltda. para o fornecimento de carteiras escolares. Eram 35.956 unidades para a capital e interior. No último dia 27, sem explicar o motivo, a Seduc rebaixou o valor para R$ 4.961.928,00. Esse valor representa uma redução de R$ 282.072,00. O valor final, na verdade, é o mesmo empenhado que aparece no extrato do contrato. Pelo preço pago, cada carteira saiu por R$ 138,00 e não R$ 145,84 do contrato original.
Contrato aditivado
A Secretaria da Região Metropolitana de Manaus “aditivou” por mais um mês um contrato de com a Construtora São Francisco Ltda. para aluguel de “equipamentos rodoviários”. Ao valor original de contrato (de R$ 18.534.387,82 para seis meses) foi acrescido R$ 3.089.064,63 para mais um mês de serviços. O valor original mensal não foi alterado.