MANAUS – O Tribunal de Justiça do Amazonas iniciou, na manhã desta terça-feira, 9, a audiência de instrução do homicídio do delegado da Polícia Civil Oscar Cardoso. Cinco homens foram apontados pelo Ministério Público como suspeitos de terem cometido o crime no dia 9 de março deste ano, perto da casa do delegado, no bairro São Francisco, em Manaus. O caso tramita na 2ª Vara do Tribunal do Júri, no Fórum Henoch Reis, sob a responsabilidade do juiz de Direito, Anésio Pinheiro.
Cerca de 1.200 páginas compõem a denúncia oferecida pelo Ministério Público. Ao todo, 12 testemunhas de acusação foram chamadas para depor a partir desta terça-feira. O processo corre em segredo de Justiça e as testemunhas participaram da audiência de maneira confidencial, como forma de preservar a integridade física delas.
Dos cinco suspeitos, quatro estão presos. Ainda segundo o MP, Marcos Roberto Miranda da Silva, mais conhecido como “Marcos Pará”, Messias Maia Sodré e Diego Bruno de Souza Moldes são os executores, enquanto Mário Jorge Nobre de Albuquerque, o “Mário Tabatinga”, atuou na logística do crime. João Pinto Carioca, o João Branco, apontado como mandante e executor, é o único foragido.
Nesta audiência de instrução, após os depoimentos das testemunhas de acusação, os réus terão direito, cada um, a nomear oito testemunhas de defesa. Somente após os depoimentos delas é que eles serão ouvidos. Depois que ouvir todas as partes, o juiz Anésio Pinheiro decide se há indícios de responsabilidade e, caso positivo, encaminha o processo para o Júri Popular, quando então serão analisadas as provas e, se forem considerados culpados, dada a sentença.
Os suspeitos foram denunciados por formação de quadrilha e homicídio triplamente qualificado (motivo torpe – vingança; usou meio cruel – executou a vítima com mais de 20 tiros; e impossibilidade de defesa).
Crime
Segundo testemunhas, o delegado estava em uma esquina com o neto de um ano e seis meses quando um carro de modelo Grand Siena branco chegou ao local. Quatro homens armados abordaram Cardoso e a vítima pediu repetidamente para que a criança fosse poupada. Os homens teriam colocado o neto do delegado no chão, efetuando os disparos em seguida.
Oscar Cardoso foi preso em outubro do ano passado durante uma operação realizada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) para desarticular uma rede de policiais envolvidos em crimes no Estado. Segundo a perícia da Polícia Civil, as balas que mataram o delegado saíram de pistolas calibre PT. 40, arma de uso restrito das polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal.