MANAUS – O Terminal Pesqueiro de Manaus é um daqueles projetos que consomem muito dinheiro e, por incompetência dos gestores, não servem à sociedade, como prometido. Obra iniciada em 2005, o terminal consumiu R$ 20 milhões, além dos valores pagos em desapropriação do terreno, nunca de fato funcionou como projetado. Agora, o governo de Jair Bolsonaro vai privatizar o mostrengo.
Quando a proposta do terminal veio à tona, a promessa era de que ele seria equipado para armazenar pescado durante a safra para ser vendido na entre safra. A obra foi executada pela Prefeitura de Manaus, que assinou convênio com o governo federal, e, depois de concluído, o terminal foi repassado à União, que deveria equipá-lo com os frigoríficos.
O equipamento nunca chegou a Manaus e o terminal foi invadido por trabalhadores da Colônia de Pescadores do Amazonas. Depois, o governo federal retomou o equipamento público, mas voltou a ceder aos pescadores, que o utilizam apenas como terminal de desembarque de pescado.
Agora, o governo federal fala em privatizar o terminal. Uma voz solitária se levanta na Assembleia Legislativa contra a medida sem uma contrapartida ao município. O deputado Serafim Corrêa, responsável pela assinatura do convênio e execução de 95% da obra como prefeito, lembra que Manaus injetou pelo menos R$ 6 milhões na obra e merece ter o dinheiro devolvido com correção monetária, caso a União o venda à iniciativa privada.
O certo é que Manaus tinha a necessidade de um terminal pesqueiro, principalmente por conta da perda de pescado no período farto. Mas 15 anos se passaram e nada foi feito para tirar o projeto do papel. É preciso ficar atento para o valor que o terminal será vendido e é preciso cobrar da União que devolva ao município o valor investido.
Não se pode permitir que o terminal seja entregue a preço vil para a iniciativa privada e que o contribuinte fique no prejuízo.