MANAUS – A Susam (Secretaria de Estado de Saúde) em reunião realizada na manhã desta quarta-feira, 20, fechou um acordo com empresas médicas que terceirizam serviços nas unidades de urgência e emergência do Estado, para pagar parte dos atrasados e e evitar a suspensão dos serviços desses profissionais. De acordo com representantes de cinco empresas terceirizadas, cerca de 900 médicos são contratados para prestar serviços em unidades da capital, em regime de plantões. Essas empresas estão há pelo menos três meses sem receber do governo.
De acordo com nota da Susam, divulgada na tarde desta quarta-feira, o governo firmou um compromisso de pagamento, já a partir da próxima semana, de parcelas pendentes dos contratos com as empresas. “Contando já com o mês de abril, são três parcelas em aberto. A primeira será quitada dias 29 de abril (50%) e 10 de maio (50%). Após esse pagamento, o governo tem a expectativa de quitar integralmente os valores ainda pendentes”, diz a nota, que completa: “Todos os esforços serão realizados nesse sentido e para que não haja comprometimento dos serviços na saúde”.
A falta de pagamento, no entanto, está atingindo muito mais do que os 900 médicos. Afeta também outros profissionais, como enfermeiros, auxiliares de enfermagem, maqueiros entre outros. Pelos cálculos das cooperativas, cerca de 2 mil profissionais de empresas terceirizadas estão sentindo na pele os reflexos dos atrasos nos pagamentos.
Na terça-feira, representantes de cooperativas se reuniram e ameaçaram suspender as atividades caso o pagamento dos atrasados não fossem quitados, como mostrou uma reportagem do Jornal do Amazonas, da TV Amazonas. Eles afirmaram que as cinco empresas terceirizadas que representavam receberam o último pagamento no dia 19 de janeiro.
Para os médicos que atuam na área de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), a situação é ainda mais complicada com sete meses de atraso. “Estou muito preocupado com a sanidade e saúde dos nossos pacientes que estão nas nossas UTIs. Trabalhamos nas UTIs adulta e pediátrica. Infelizmente vai chegar um ponto que não vamos mais conseguir honrar a prestação continuada dos nossos serviços porque não temos mais condições de pagar os impostos das nossas empresas e nem os os nossos funcionários”, lamentou o diretor da Copat, Pedro Machado.
Segundo o presidente da Igoam (Instituto de Ginecologia e Obstetrícia do Amazonas), César Dourado, a alternativa no momento é rezar e pedir a Deus que ninguém fique doente. “Do jeito que estamos indo a Saúde está sendo inviabilizada. Não vejo outra opção, outro caminho. A não ser que o Estado consiga priorizar a saúde para que a população possa poder estar bem”, afirmou.
De acordos com os médicos não tem como eles oferecerem atendimento sem que seja feito o pagamento integral de todos os salários atrasados. “Voltaremos a dialogar sim desde que tudo aquilo nos é devido até o dia de hoje seja pago. Fora isso, não adianta nos chamar e posso falar pela maioria não estaremos maias presentes em nenhuma reunião improdutiva”, enfatizou o médico Rafael Benoliel, um dia antes da reunião com a Susam.
Abaixo, a nota da Susam
NOTA/SUSAM
A Secretaria Estadual de Saúde (Susam) realizou uma reunião, na manhã desta quarta-feira (20), com as empresas médicas e de enfermagem que prestam serviço diretamente para o órgão e com a presença de representantes das secretarias de Estado da Fazenda (Sefaz), de Administração (Sead) e Planejamento (Seplan). Na reunião, durante a qual os órgãos governamentais ressaltaram as dificuldades impostas pela crise econômica no país e que se refletem no estado, foi firmado o compromisso de pagamento, já a partir da próxima semana, de parcelas pendentes dos contratos com as empresas. Contando já com o mês de abril, são três parcelas em aberto. A primeira será quitada dias 29 de abril (50%) e 10 de maio (50%). Após esse pagamento, o Governo tem a expectativa de quitar integralmente os valores ainda pendentes. Todos os esforços serão realizados nesse sentido e para que não haja comprometimento dos serviços na saúde.