Por Teófilo Benarrós de Mesquita, da Redação
MANAUS – Nem o fim das sessões híbridas na Assembleia Legislativa do Amazonas conseguiu levar os deputados de volta ao plenário. A ausência de parlamentares na sessão de quarta-feira (11) causou saia justa entre os dois ocupantes da Mesa Diretora que comandavam os trabalhos da Casa.
“Senhor presidente, tem que acabar esse negócio de subscrever aqui [na Assembleia Legislativa]. O deputado tem que estar presente. Eu sou contra esse negócio de subscrição de projeto de lei. Isso aqui é uma vergonha, um escárnio. Continua tendo nessa casa votação híbrida”, protestou Sinésio Campos (PT). “Tem que mudar o regimento”, devolveu o presidente da Casa, Roberto Cidade (União Brasil).
O diálogo ocorreu durante a votação de projetos de lei. Sinésio exercia a função de secretário com a missão de ler as propostas em análise. A irritação ocorreu no sexto item da pauta. Dos seis anteriormente analisados, três (metade) haviam sido subscritos em razão da ausência dos autores: João Luiz (Republicanos) e Ricardo Nicolau (PSD).
O presidente Roberto Cidade pediu para subscrever o Projeto de Lei 310/2021 em razão da ausência de Felipe Souza. Ao iniciar a ementa do PL 356/2021, também de autoria de Felipe Souza, o secretário interrompeu a leitura do texto com a expressão “esse aí tá fora”, em alusão à ausência do líder do governo na sessão. Em seguida, colocou em votação projeto de Ricardo Nicolau (669/2021), também ausente e que foi subscrito por Cidade.
Antes de passar a palavra a Sinésio, Cidade anunciou que subscreveria também o próximo item, o Projeto de Lei 669, de Ricardo Nicolau. Desatento, Sinésio repetiu a expressão “tá fora” ao perceber, no meio da leitura, que o autor estava ausente. “Tá subscrito”, alertou Cidade.
Após a bronca com os seguidos pedidos de subscrição, Sinésio voltou à leitura e declarou: “De muita relevância, vamos votar o Projeto de Lei de número 685/2021, de autoria do Deputado Ricardo Nicolau, subscrito pelo presidente da Casa, que institui a Semana da Gastronomia Oriental”, no âmbito do Estado do Amazonas”.
As sessões híbridas da Assembleia foram encerradas no final de abril. Desde 2 de maio que é obrigatória a presença dos deputados na Casa.