MANAUS – Com mandados de busca, apreensão e prisão, cerca de mil policiais entre civis, militares e representantes do Ministério Público do Estado (MPE), por meio do Grupo de Atuação Especial Regional para Prevenção e Repressão ao Crime Organizado (GAECO), deflagraram na madrugada desta quarta-feira, 6, a operação Blackout, encabeçada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), na comunidade Cidade das Luzes, no Tarumã, zona oeste da capital.
A operação tem como alvo o combate ao tráfico de drogas, de armas, crimes ambientais, estelionato e ao crime organizado praticado por invasores de terras e traficantes naquela área, conforme informou o secretário de Segurança Pública, Sérgio Fontes.
Durante a operação, os policiais prenderam oito pessoas que já tinham mandato de prisão, além de outras quatro que resistiram à ordem policial. Conforme o delegado-geral da Polícia Civil, Raimundo Accioly, o local estava sendo comandado por duas facções do crime organizado dando cobertura a traficantes no recebimento de drogas e distribuição do entorpecente, além da prática de invasão de terras e comercialização ilegal de lotes.
O secretário Sérgio Fontes acrescentou que o local – por ser de difícil acesso já nas proximidades do rio Tarumã-Açu – também servia de esconderijo para foragidos da Justiça, de drogas, desmanche de carros, além de negociação ilegal de lotes invadidos e a prática do crime ambiental.
Com uma extensão em torno de 6 hectares, a polícia sobrevoou a área de helicóptero e pôde perceber o dano ambiental à área e o a construção de imóveis que não condizem com uma área de invasão, segundo observou Sérgio Fontes. “Vimos propriedade de alto valor, prédios de dois andares que provavelmente serão supermercados, empresas todas muradas com pá mecânica e caminhões dentro. Propriedades que não são de quem precisa de uma casa para morar. Você percebe nitidamente no sobrevoo pelo menos uns dez imóveis que não deveriam estar ali”, relatou Fontes.
De acordo com o secretário a conclusão que se tira nesse primeiro momento é que a invasão tem dono e que é comandada por facções do tráfico de drogas e que três itens foram detectados: danos ambientais; uma quantidade considerável de imóveis de luxo e lotes de quadras inteiras cercados e vazios. Durante as revistas nas casas foram encontrados comprovantes de terrenos vendidos ilegalmente, cobranças de luz oriundas de ligações clandestinas. Fontes disse ainda que detectou a existência de uma milícia no local que impõe a sua autoridade e a própria maneira de ver as coisas. A SSP-AM informou que vai divulgar, posteriormente, novas informações sobre a operação Blackout.