Por Cínthia Guimarães, especial para o AMAZONAS ATUAL
MANAUS – Enquanto a indústria apresentou queda de 20% na produção e o comércio recuou 4,1% nas vendas, o setor de serviços no Amazonas apresentou crescimento de 1,8%, na comparação com o mesmo mês do ano passado, mostrou a pesquisa mensal de serviços do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Março foi um mês de recuperação do setor que vinha apresentando retração desde o primeiro mês deste ano, depois de ter fechado o ano passado com um crescimento de 7,3%. Com isso, o acumulado em 2015 passou a ser de 0,5% e nos últimos doze meses foi de 4,1%.
Como não sofre a influência sazonal em seu cálculo, o indicador da atividade serviços apresenta o melhor desempenho entre as atividades econômicas do Estado. O motivo, explica o Supervisor de Disseminação de Informações do IBGE-AM, Adjalma Jaques, é que o setor de serviços não sofre influência sazonal.
“Comparamos o faturamento de março 2015 com o faturamento de março de 2014. Esse período não sofre interferência, diferente do cálculo para medir o desempenho da produção industrial e do comércio, que levam em conta a inflação do período, o número de feriado e de dias úteis”.
A influência do desempenho mensal reflete os acumulados tanto no ano quanto nos últimos doze meses. Neste último caso, a taxa vem caindo desde janeiro (6,1%), o que indica que o desempenho do setor em 2015 é inferior ao de 2014. Em março de 2014, o desempenho do mês foi de 10,7%, ou seja, quase 9% maior que em março de 2015.
A coleta de dados é feita mensalmente em 300 empresas do setor acima de 20 empregados no Amazonas. O IBGE não sabe mensurar quais os subsetores dos serviços tiveram os melhores desempenhos.
Região Norte
O desempenho da Região Norte surpreendeu em março, com Rondônia crescendo 8,3%, Pará 8% e Amazonas com 1,8%. No entanto o Acre teve a maior queda na região com -5,9%, seguido de Roraima com -5,5%.
Comparando outros estados, a atividade de serviços amazonense ficou na 17ª posição no ranking nacional. Indicando que outros Estados conseguiram elevar bem mais sua receita de serviços. Embora tenha respirado um pouco em março, a atividade ainda não se igualou a outros centros econômicos do país com o mesmo nível da economia do Amazonas.
Demais setores
Em março, as vendas no varejo amazonense variaram -4,1% no volume de vendas. Foi o quarto mês seguido na descendente que começou em dezembro do ano passado com -5,1%. Com isso, o comércio já acumula perdas de -4,2% em 2015. Já o acumulado nos doze últimos meses foi a -1,1%. O desempenho de março colocou o Estado na 24ª posição no país.
A indústria, atividade com maior força para o PIB do Amazonas, teve o pior desempenho do Brasil no mês de março, com queda de 20,6% em comparação ao mesmo mês de 2014. Há 12 meses o Estado vem acumulando resultados negativos neste tipo de confronto, sendo que neste mês teve a mais intensa queda desde julho de 2012 (-24,3%).