Da Redação
MANAUS – Com o corte de 40% no orçamento nos últimos dois anos, o Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) paralisou laboratórios e setores de pesquisa, informa a Assinpa (Associação dos Servidores do Inpa), que promove debate nesta quinta-feira, 12, para definir ações que evitem o sucateamento da entidade. A Assinpa pretende alertar contra a ameaça de extinção do Instituto.
O secretário de administração do Sindsep-AM (Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado do Amazonas), Jorge Lobato, disse que a intenção é mobilizar os servidores contra o real risco de extinção devido à falta de pessoal e de dinheiro. “Estamos fazendo uma mobilização para alcançarmos o maior número de servidores possível. É preciso apresentarmos à comunidade a problemática que vem se agravando a todo momento. O Inpa engessou de vez, envelheceu, está sem dinheiro para continuar. Qual será o futuro desta instituição caso a situação continue piorando?”, questiona Lobato.
Outro assunto do debate será a Carta do Inpa, que servirá como orientação para que o próximo diretor da entidade entenda quais os principais problemas e as reais necessidades que a instituição possui.
Crise
Jorge Lobato argumenta que não é possível desenvolver a Amazônia sem conhecê-la. A paralisação das pesquisas, que são de extrema importância tanto para a política como para o desenvolvimento da região, atinge diretamente a sociedade de um modo geral, diz Lobato. “Estão desprezando o conhecimento, jogando na lata do lixo anos de pesquisas, algumas relacionados à saúde. Isso traz grandes perdas para a população. O Inpa é uma instituição muito importante para o desenvolvimento da Amazônia. Esse risco de extinção é a maior perda de soberania de conhecimento que estamos presenciando”, afirmou.
O debate, que ocorrerá na sede do próprio órgão, na zona sul de Manaus, é organizado pelo Sindsep-AM, Assinpa, Fórum de Ciência e Tecnologia (FC&T) e Comitê Inpa pela Democracia.