Da Agência Senado
BRASÍLIA – A senadora Rose de Freitas (Podemos-ES) pediu que o presidente da Casa, Davi Alcolumbre, atue para promover a união nacional no enfrentamento da crise provocada pela pandemia de coronavírus. Ela afirmou que falta uma liderança neste momento, e que o presidente do Senado pode exercer esse papel. Ao responder à parlamentar, Davi disse que vem buscando a conciliação para o enfrentamento da crise, mas também afirmou que todos os líderes nacionais devem buscar isso.
Rose de Freitas disse que, “se as notícias divulgadas nesta terça-feira estiverem corretas, o pico da pandemia pode ocorrer em agosto”.
“Precisamos de um protocolo nacional. O que nós, a nação, vamos sofrer até lá? Precisamos de alguém que organize esta bagunça. A perplexidade do ministro da Saúde, Nelson Teich, ao receber a notícia sobre os novos estabelecimentos autorizados a abrir [pelo presidente da República, Jair Bolsonaro], sem que o ministro fosse consultado, não beira o desrespeito, beira o deboche”. declarou ela.
A senadora ressaltou que, quando foi vice-presidente da Câmara e acumulava a vice-presidência do Congresso, teve de substituir “praticamente 99% das vezes o presidente Sarney”. Ela observou que ocupar o cargo de presidente do Congresso demandava “muita responsabilidade”.
“Saiba que quero expressar minha solidariedade. Sobretudo fé. Neste momento, eu não tenho como expressar o incômodo de termos um líder que não é líder. É líder apenas de uma facção, de um movimento, que chegou à Presidência da República”, criticou.
Segundo Rose de Freitas, o governo do presidente Jair Bolsonaro, apesar das ações contraditórias, não tem encontrado impedimentos da parte do Legislativo.
“Aqui ele não tem sofrido ataques, não tem sofrido uma resistência enorme. Os senadores têm votado pelo Brasil. Mas quero lhe pedir que nos lidere junto a senadores, governadores, prefeitos, deputados federais, em uma união nacional. Acho que isso vai ser proposto daqui a pouco pela Câmara dos Deputados”, disse a senadora a Davi Alcolumbre.
A parlamentar deixou claro que não estava se referindo a um movimento para retirar o mandato do presidente da República por meio de impeachment.
“Longe de mim de querer tirar o presidente Bolsonaro; ele foi eleito. Nós temos de sofrer com ele. Entenda, presidente Davi, não existe neste momento adversários ao seu redor; todos os senadores são seus aliados nesta luta. (Peço que) Nos organize e nos lidere”.
Ao responder a Rose de Freitas, o presidente do Senado afirmou que irá considerar o apelo feito por ela.
“Eu levarei em consideração a manifestação da senhora. E buscarei com todos os líderes desta Casa e os líderes nacionais a convergência, a pacificação, a união nacional. Não tenho dúvidas de que o Senado tem se debruçado nos últimos meses sobre essa pandemia que atinge todos os brasileiros”, afirmou ele.
Davi argumentou que o Senado, por representar os estados brasileiros, tem condições para agregar governadores, prefeitos e outros líderes nacionais.
“Nós temos construído votações importantes que têm ajudado muito o Brasil. E nós, que somos do Senado, a casa da federação, temos de construir essa pacificação. Eu tenho buscado fazer essa conciliação. Mas acho que é chegada a hora de buscarmos todos os líderes brasileiros”, declarou.