MANAUS – Em Cessão de Tempo na Assembleia Legislativa do Estado, na manhã desta quarta-feira (3), bolsistas-pesquisadores do CBA (Centro de Biotecnologia da Amazônia) pediram apoio dos parlamentares para que o Governo Federal garanta a manutenção das suas atividades, com a renovação das 48 bolsas de pesquisas, que vencem no próximo dia 10 de junho, além de gerar uma personalidade jurídica para a instituição. Esse espaço de discussão em plenário foi proposto pelo deputado José Ricardo Wendling (PT).
Para a professora doutora Arlena Gato, o CBA não é um elefante branco, como muitos pensam. Segundo ela, foram investidos cerca de R$ 100 milhões no Centro de Biotecnologia, que serão jogadas no lixo, caso não haja renovação das bolsas. “Desde o mês de janeiro, esperávamos por esse edital de renovação. E somente agora, a uma semana de vencer os contratos, soubemos que o edital ainda não tem previsão de ser lançado. Extraoficialmente, sabemos que será lançado um edital, coordenado pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), mas que deverão ser contratados pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), profissionais que desconhecem a nossa realidade. Para todos nós, isso é uma completa desvalorização dos pesquisadores locais”, explicou.
Arlena Gato também disse que já enviou documento relatando toda essa situação à bancada amazonense no Congresso Nacional, mas até hoje não teve retorno.
Esta semana, José Ricardo encaminhou Indicação ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, Superintendência da Zona Franca de Manaus e bancada amazonense no Congresso para que mantenham os pesquisadores-bolsistas do CBA. “Sem bolsistas, o CBA pode fechar, porque não tem quadro permanente de servidores para funcionar regularmente e hoje se mantém somente com esses pesquisadores”.
De acordo com o parlamentar, o Centro de Biotecnologia da Amazônia existe há mais 12 anos, mas até hoje não tem personalidade jurídica e, por isso, não funciona como deveria. “É fundamental garantir uma estrutura de pesquisa e investimentos no Amazonas. E o CBA é um instrumento para geração de capital intelectual, de produtos e serviços para o desenvolvimento do Estado”, destacou.