Segurança pública foi o tema dominante no debate da Record News Manaus, na noite desta segunda-feira, 22. No bloco em que os candidatos faziam perguntas entre si, três dos cinco questionaram os adversários sobre o tema: Eduardo Braga, Chico Preto e Marcelo Ramos. Nos três casos, o alvo, obviamente, era a política de segurança do atual governo, que nos últimos meses passou a enfrentar uma onda crimes que foi potencializada pela campanha eleitoral na propaganda de rádio e TV, nos debates e nos discursos em palanques por todo o Estado. No fim das contas, não apareceu novidade no debate sobre o tema. Os candidatos acabaram dizendo o que já vem repetindo há pelo menos duas semanas. Vieram de Melo, que tentou fazer a defesa de sua política de governo, as frases mais recentes e nada convincentes: “Nós criamos uma polícia cidadã com o Ronda no Bairro” e “No Amazonas nós tratamos a segurança pública com seriedade”.
Melo x Chico
Um dos momentos mais tensos do debate, que esteve mais frio do que morno, foi quando o governador José Melo disse que Chico Preto usava indevidamente os serviços de um policial militar na segurança pessoal da mulher dele. Melo se referia ao sargento José Claudio Marques da Silva, morto no dia 2 de setembro, em frente ao comitê eleitoral do PMN, quando chegava com a esposa do candidato. Marques da Silva foi atacado por um assaltante que pulou de uma motocicleta, atirou e levou uma bolsa. Os ladrões seguiram ele e a mulher de Chico Preto desde o banco onde eles sacaram dinheiro para pagar o pessoal da campanha.
Chico x Melo
Chico Preto usou as considerações finais para responder a Melo sobre a acusação Com a voz quase embargada, disse que perdeu um amigo e quis Deus que não tivesse perdido a mulher. O candidato do PMN disse, ainda, que está à disposição do Ministério Público, já que Melo afirmou que o MP estava investigando o caso. Por fim, Chico provocou ao dizer que não foi acusado de usar a polícia para tentar ganhar eleição, referindo-se à Ação de Investigação Judicial Eleitoral ajuizada pelo Ministério Público contra José Melo, seu vice Henrique Oliveira e um candidato a deputado estadual. Por conta da ação, a Justiça Eleitoral determinou o afastamento do comando da PM até o fim das eleições.
Sem Ramos x Braga
Desta vez, as regras do debate impediram o confronto direto entre o candidato do PMDB, Eduardo Braga, e do PSB, Marcelo Ramos, como ocorreu nos dois primeiros encontros nas TVs Band Amazonas e Em Tempo (SBT). Ramos teve a oportunidade de perguntar apenas uma vez, e para Abel Alves, e de responder apenas uma questão formulada por José Melo, sobre saúde.
Sem vencedor
Como não houve confronto no debate da Record News, cujas regras advertiam para que os participantes evitassem citar os adversários negativamente, sob pena de direito de resposta, seria injusto considerar que houve vencedores ou vencidos. O eleitor ficou com a opção mais que subjetiva de julgar quem foi mais dissimulado ou quem soube usar melhor o espaço no vídeo para falar com ele.
“João sem braço”
O governador José Melo insiste em proteger os oficiais cujo comportamento e vida pregressa vem sendo questionados até pela imprensa nacional. Para não afastar o comandante Eliezio Almeida e o subcomandante Aroldo Ribeiro, decidiu dar férias para ambos. O problema é que as férias acabam antes do segundo turno das eleições. Em caso de a disputa ocorrer em dois turnos, Melo terá um novo desgaste, porque será obrigado a afastá-los dos cargos.
Jabor e o Amazonas
O comentarista da Rádio CBN Arnaldo Jabor citou o Amazonas em comentário na manhã desta segunda-feira.22, no programa Jornal da CBN. “Não há mais dúvidas sobre a banda podre da Polícia Militar no Amazonas que manda no Estado. Sabem-se nome, endereço, tudo”, disse ao relacionar uma série de casos de corrução no País. Jabor falava baseado em matéria da Revista Isto É desta semana, que trouxe reportagem com o título “Amazonas sob o comando da banda podre da polícia”.
Bandeira da oposição
Uma bandeira que sempre esteve com a oposição na CMM foi empunhada por um governista, para o bem da sociedade. O vereador Sildomar Abtibol (Pros) conseguiu aprovar, nesta segunda-feira, 22, um projeto de lei que obriga as Organizações Não Governamentais (ONGs) e associações cooperativas, que receberem qualquer título, dinheiro, bens, valores públicos, a fazer prestação de contas e divulgar as ações desenvolvidas. A matéria ainda precisa da sansão do prefeito Arthur Neto (PSDB) para se tornar lei, mas não deve encontrar resistência no Executivo.