Por André Shalders e Juliano Galisi, do Estadão Conteúdo
BRASÍLIA – O STF (Supremo Tribunal Federal) pagou R$ 39 mil em dinheiro público a um segurança que acompanhou o ministro Dias Toffoli em viagem à Inglaterra entre os dias 25 de maio a 3 de junho.
No último sábado (1º), Toffoli assistiu a vitória por 2 a 0 do Real Madrid contra o Borussia Dortmund, no estádio Wembley, em Londres, na final da Liga dos Campeões da UEFA. O valor pago ao segurança foi revelado pelo jornal Folha de S Paulo e confirmado pelo Estadão.
O ministro do STF assistiu à partida no camarote do empresário Alberto Leite, dono da FS Security, uma agência de segurança digital. A informação foi revelada pelo jornal O Globo.
Questionado, Toffoli respondeu ao jornal que arcou com os custos relativos a passagens, hospedagem e demais despesas de consumo, mas não esclareceu se bancou os gastos com segurança pessoal.
O valor das diárias do segurança do ministro consta no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), plataforma do governo federal para ordens de pagamento do poder público.
De junho de 2023 a maio deste ano, os ministros do Supremo marcaram presença em ao menos 22 agendas no exterior. O índice corresponde a uma média de dois eventos internacionais a cada mês.
Os magistrados arcam com as despesas de passagem e hospedagem, mas o valor pago com segurança pessoal é oriundo do poder público. Em 2023, por exemplo, o segurança do ministro Luiz Fux registrou R$ 145 mil em diárias emitidas. Uma parcela deste montante acaba estornada aos cofres públicos quando a viagem é cancelada ou nos casos em que um magistrado retorna ao Brasil antes do prazo prevista.
O STF reconhece o aumento dos gastos com segurança dos magistrados, mas alega que o custo aumentou em razão da crescente hostilidade contra os membros da Corte. O Supremo também argumenta que pagar servidores brasileiros para a guarda pessoal dos ministros é menos custoso que contratar seguranças estrangeiros.