Da Redação
MANAUS – O agravamento da pandemia de Covid-19 no Amazonas no início deste ano afetou a indústria. O impacto foi maior na produção de bens duráveis, que registrou queda de 0,7% em janeiro, segundo o gerente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), André Macedo, responsável pela Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física, divulgada nesta sexta-feira, 5.
De acordo com o levantamento, a queda no segmento de bens de consumo duráveis ocorre após oito meses de taxas positivas consecutivas, período em que acumulou avanço de 552,2%. Para Macedo, a baixa é resultado dos efeitos da segunda onda, como restrição de circulação de pessoas e o fechamento de fábricas.
“A pandemia e os efeitos dela dentro do Amazonas ficam muito evidentes na produção de bens de consumo duráveis. Produtos muito concentrados no estado sentem os efeitos, como na linha marrom e em motocicletas”, afirmou Macedo. A produção de bens duráveis representa 10% do total da indústria.
De acordo com a pesquisa do IBGE, a produção de bens intermediários recuou 1,3%. Para o vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Nelson Azevedo, que atua no segmento no PIM (Polo Industrial de Manaus), disse que a queda está relacionada a falta de demanda.
“A queda é causada pela falta de matéria prima, bem como pela redução dos pedidos das empresas que diminuíram sua produção e, por via de consequência, reduziram os pedidos para as empresas produtores de componentes, que são os bens intermediários. (…) Eu estou sentindo e muito essa redução”, disse Azevedo.
Restrições
Em janeiro deste ano, o Amazonas registrou aumento no número de novos casos e mortes por Covid-19 e, devido a falta de leitos e crise de oxigênio, teve que transferir pacientes para outros estados. Para tentar conter o avanço da doença, o Governo do Amazonas restringiu a circulação de pessoas e o funcionamento do comércio.
Também em janeiro, o governador Wilson Lima (PSC) anunciou que a indústria funcionaria com turno de 12 horas, exceto as fábricas que produzem, como bem final, para o setor de alimentação, farmácias e itens hospitalares. No final daquele mês, o governo estadual prorrogou o lockdown e manteve as restrições até o dia 7 de fevereiro.
No dia 5 de fevereiro, Lima autorizou a indústria a funcionar 24h com ajuste de turnos, para não haver deslocamentos entre 19h e 6h, mas com todos os protocolos de saúde, como distanciamento social, e obrigatoriedade de equipamentos de segurança, e o transporte não pode ser feito em ônibus do transporte urbano convencional.