Da Redação
MANAUS – O secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, disse nesta terça-feira, 16, em entrevista à Rádio Jovem Pan, que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, não foi omisso e não deve ser responsabilizado pelo colapso da saúde no Estado.
Pazuello é alvo de inquérito autorizado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) que investiga a responsabilidade do ministro no colapso da saúde no Amazonas, inclusive com a falta de oxigênio nos hospitais de Manaus e de municípios do interior do Estado, em janeiro deste ano.
Campêlo disse que o ministro atuou “imediatamente” após tomar conhecimento da crise para distribuição de oxigênio. “No primeiro momento que soube o ministro nos ajudou a tomar medidas de apoio logístico”, disse.
O secretário afirma que a falta de oxigênio no Estado foi resultado de um “desequilíbrio do consumo em função da logística”.
“Quem conhece Manaus sabe que não temos acesso rodoviário, para chegar ao Amazonas por via rodoviária tem que ir até Belém e subir o Rio Amazonas por sete dias de balsa ou ir até Porto Velho e descer o Rio Madeira por quatro ou cinco dias de balsa. Não era possível trazer cilindros de oxigênio líquido por via aérea em aviões terceirizados, só podemos trazer em aviões militares”, disse.
Campêlo afirmou que no dia 7 de janeiro, a empresa comunicou, não que iria faltar oxigênio, mas que estaria com problemas de logística para trazer mais oxigênio até a entrega das balsas que iriam chegar a cada dois dias. e regularidade das balsas, que iriam chegar até dois dias.
A White Martins, segundo Campêlo, pediu apoio logístico para, primeiro, fazer uma requisição de um estoque de um concorrente tinha em Manaus para equilibrar o consumo até o dia 8 de janeiro, quando chegaria as balsas. Como segunda opção, a empresa pedia que fosse trazido da cidade de Belém cilindros de oxigênio por via aérea.
“Para isso, teria que ter o apoio das Forças Armadas, do Ministério da Defesa. No mesmo dia, à noite, liguei para o ministro Pazuello e no mesmo momento foi acionado o comando. No outro dia, os aviões foram buscar os cilindros em Belém”, disse o secretário à Jovem Pan.
A partir do dia 7, segundo o secretário de Saúde do Amazonas, as autoridades de saúde, inclusive o ministro Pazuello, ficaram monitorando o consumo de oxigênio e as Forças Armadas sempre dando o apoio que a empresa White Martins precisava.
“Mas, como falei pra vocês, o consumo de oxigênio triplicou o que tornou impossível… E as internações também; a nossa rede hospitalar estava preparada para internar cada vez mais, mas chegou o momento que, sem oxigênio, não conseguimos, em algumas unidades, atender a população”, afirmou Marcellus Campêlo.