Da Redação
MANAUS – A Secretaria de Saúde do Amazonas suspendeu as cirurgias eletivas – aquelas com data marcada – e a acolhida de pacientes de outros estados do Norte na Operação Gratidão para tratamento de Covid-19 em Manaus. O motivo é a escassez de medicamentos do “kit intubação”, composto por bloqueadores neuromusculares e sedativos.
Serão mantidas apenas as cirurgias de urgência e emergência e aquelas que não podem ser adiadas por risco aos pacientes, como as cardíacas e oncológicas.
“Não tenho mais condições de continuar com a ‘Operação Gratidão’, que recebe pacientes de outros estados, e só temos condições de fazer operações de urgência e emergência. Isso porque o Ministério da Saúde requisitou dos fabricantes todos os kits de intubação para UTI e está liberando, na medida do possível, para os estados, enviando apenas para uma semana”, disse o governador Wilson Lima.
Na “Operação Gratidão” os hospitais públicos de Manaus receberam 48 pacientes de Rondônia e do Acre, dos quais 18 já se recuperam e tiveram alta do Hospital Delphina Aziz. Com o risco de desabastecimento dos medicamentos do kit intubação, a recepção de pacientes pela operação será suspensa.
A operação é uma forma de retribuir a ajuda recebida de outros estados quando o Amazonas enfrentou a fase mais aguda da pandemia, entre janeiro e fevereiro desse ano. As medidas são temporárias.
“Vamos suspender as cirurgias eletivas na rede estadual e recomendar que a rede privada avalie também a possibilidade”, disse o secretário de Saúde Marcellus Campêlo.
A escassez de medicamentos usados na intubação de pacientes com Covid-19 levou o Ministério da Saúde a fazer a requisição administrativa da indústria local. Com isso, toda a produção está sendo direcionada para o Ministério da Saúde fazer a distribuição entre os estados.
O Hospital Delphina Aziz, referência para Covid-19 no Estado, com 180 leitos, não está conseguindo fazer aquisições com seus fornecedores por conta da requisição do governo federal.
A Cema (Central de Medicamentos) realiza compras em grande quantidade e tem estoque para aproximadamente um mês. Também recebe remessas do Ministério da Saúde, mas trabalha em novas estratégias de compras para garantir o abastecimento futuro, como as compras internacionais, que também dependem do aval do Ministério da Saúde.