Do ATUAL
MANAUS – O Coletivo Pirarucu, grupo que reúne 23 associações de manejo no Amazonas, pediu ao Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente) a prorrogação do prazo de pesca da espécie para o dia 20 de dezembro de 2023. O período anual estabelecido para a captura do pirarucu é de 1º de junho até 30 de novembro, conforme instrução normativa do instituto.
A entidade alega que a seca severa dificulta a pesca, o que afeta comunidades envolvidas no manejo. “Não há como tirar o peixe antes da segunda semana de novembro, quando há expectativa de um ‘repiquete’, pois a dificuldade de locomoção para as áreas de pesca é grande. Se o pedido de prorrogação for atendido, será um alívio para os manejadores”, justificou Pedro Canízio, presidente da Femapam (Federação dos Manejadores e Manejadoras de Pirarucu de Mamirauá).
O pedido, segundo o Ibama, será analisado com celeridade pelo instituto. “É importante que a resposta à solicitação apresentada pelo Coletivo seja feita com maior brevidade possível para que os grupos de manejadores possam se organizar e não interromperem a pesca em 30 de novembro”, disse Leonardo Kurihara, indigenista da OPAN (Operação Amazônia Nativa).
O Coletivo Pirarucu alega também que “não há impacto significativo de uma possível extensão do prazo de pesca para o mês de dezembro de 2023 em relação ao período do defeso reprodutivo do pirarucu, pois a espécie, mesmo em proporção menor, tem a capacidade de realizar inúmeros eventos reprodutivos ao longo do ano”.
Em 2022, a pesca do pirarucu movimentou cerca de R$ 22 milhões. Com a possibilidade de prorrogação do prazo, a meta é atingir o mesmo valor em 2023. O manejo do pirarucu envolve 6 mil pescadores e pescadoras em 300 comunidades de 22 municípios do Amazonas.