Por Felipe Campinas, do ATUAL
MANAUS A seca dos rios tem afetado o transporte de pessoas e de mercadorias pela rodovia BR-319, que liga Porto Velho (RO) a Manaus. Em alguns pontos, o trajeto é cortado por rios, e a travessia é feita por balsas. Com a baixa dos rios, as embarcações estão transportando menos veículos. Com isso, segundo carreteiros, veículos formam fila para atravessar e o tempo de viagem se prolonga por dias.
O deputado estadual Comandante Dan (Podemos) divulgou fotos e vídeos que mostram dezenas de veículos aguardando a vez para atravessar por balsa sobre o Rio Igapó-Açu, no quilômetro 363 da rodovia. Segundo o parlamentar, na quinta-feira (19), quando ele saiu de Manaus, havia dois quilômetros de fila de carretas nesse trecho.
O parlamentar disse que ouviu relatos de carreteiros que, em razão da limitação no transporte por balsas, estavam esperando há quatro dias para atravessar. Segundo ele, em razão da seca do rio, as embarcações atravessam só três carros por vez.
Dan afirmou que o percurso está “razoavelmente trafegável”, em razão da estiagem prolongada, mas que as condições de segurança no deslocamento são mínimas, por conta da poeira e da fumaça das queimadas, que impedem a visão dos condutores.
O parlamentar disse que não é apenas um problema de asfalto, mas que há gargalos inúmeros que impedem uma ação célere, como o trecho da travessia de balsa no Igapó-Açú, que contra com uma espera que ultrapassa 4 dias, por conta da seca do rio e da quase impossibilidade de atravessar os veículos.
“O rio vai continuar a secar e a balsa vai parar de vez, lógico. Não era para ter se pensado uma solução, depois da seca recorde de 2023? Qual é o plano B? Quanto custa e quanto tempo se levaria para construir uma ponto naquele trecho? Tudo é improvisado e sem planejamento, as ações são mais caras e cheias de retrabalho. Considero humilhante o que estamos passando”, disse Dan.
Procurado pela reportagem, o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) informou que as balsas enfrentam dificuldades para atravessar e que são atingidas por pedras que surgem em razão do nível baixo do rio.
O departamento informou que vai melhorar as rampas de acesso às balsas e a que Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) busca soluções junto à empresa proprietária da balsa para diminuir as filas.
Leia na íntegra a nota enviada pelo Dnit:
O DNIT informa que, atualmente, estão ocorrendo dificuldades na travessia do Igapó Açú, km 260, na rodovia BR-319/AM, devido à severa e prolongada estiagem no estado do Amazonas. Essa situação tem causado problemas operacionais nas balsas, que enfrentam dificuldades para realizar a travessia, além de diversas ocorrências de avarias, provocadas pelo afloramento de pedras em função do baixo nível do Igarapé.
É importante ressaltar que a operação das balsas no local é objeto de outorga da ANTAQ, que, concedeu o serviço à empresa Amazônia Navegações. O DNIT, em colaboração com a ANTAQ, está estudando soluções para amenizar os impactos dessa situação. As ações conjuntas incluem melhorias nas rampas de acesso pelo DNIT, enquanto a ANTAQ busca junto à empresa melhorias operacionais no serviço existente, com o objetivo de diminuir o tempo de travessia com a consequente diminuição das filas.