Da Redação
MANAUS – Consultor do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Alfredo Lopes diz que a bancada federal da Amazônia precisa se mobilizar no Congresso Nacional para impedir que a região permaneça excluída das políticas econômicas nacionais. Lopes diz que criação de uma zona franca no Espírito Santo pode ser o golpe final na Zona Franca de Manaus.
“Se nós não nos mobilizarmos, se a bancada parlamentar da Amazônia não se unir, nós estamos vivendo os últimos dias do modelo Zona Franca de Manaus. Se nós não nos imanarmos e mobilizarmos a bancada para partir para cima dessa insensatez e insanidade administrativa que tomou conta do Brasil, podemos dizer que a Zona Franca de Manaus está nos seus dias derradeiros”, afirmou.
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Lopes diz que o Espírito Santo é um dos Estados que mais recolhe impostos para a União do que recebe, assim como o Amazonas. “Só que o Espírito Santo se encontra em uma área do Brasil onde se concentra mais da metade da economia do País, ou seja, é onde está a demonstração da desigualdade regional”, lembra.
Conforme Alfredo Lopes, o Espírito Santo tem uma estrutura logística de comunicação, de transporte e energia “invejável”. Segundo ele, o Estado, porém, não tem a contrapartida para o Brasil de proteção florestal da biodiversidade. “Ou seja, o Amazonas com a zona franca propicia condições para o Brasil respirar melhor com a preservação florestal, pois 97% da floresta é protegida, e, além disso, erradia para a Amazônia Ocidental ações de desenvolvimento pela atividade econômica que temos aqui”, disse.
Alfredo ressalta que a Constituição recomenda o instrumento da renúncia fiscal para reduzir desigualdades regionais. “Isso é muito importante. Foi por isso que o Congresso Nacional, em 2014, prorrogou, praticamente por unanimidade, por mais 50 anos a Zona Franca de Manaus. Portanto, essa liberalidade fiscal para o Espírito Santo só tem sentido na medida em que nós entendemos que o governo, para se beneficiar politicamente, está distribuindo benesses, benesses para o agronegócio, e condenando o Brasil ao atraso nos direitos trabalhistas e dando espaço para o trabalho escravo”, disse o consultor.
Essa liberalidade fiscal para o Espírito Santo só tem sentido na medida em que nós entendemos que o governo, para se beneficiar politicamente, está distribuindo benesses, benesses para o agronegócio, e condenando o Brasil ao atraso nos direitos trabalhistas e dando espaço para o trabalho escravo”