Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – Construído no período áureo da borracha, o antigo Hotel Cassina dará lugar a um centro tecnológico, que será chamado de “Casarão da Inovação”, no Centro Histórico de Manaus. Do prédio histórico sobrou apenas as fachadas escoradas com vigas de aço. A obra de reforma e adaptação deve ser concluída em setembro de 2020 e o valor inicial é de R$ 12,9 milhões. No local serão instaladas empresas startup interessadas em investir em projetos voltados à indústria 4.0 com incentivos fiscais da Prefeitura de Manaus.
De acordo com Marco Pessoa, secretário municipal de Trabalho, Empreendedorismo e Inovação (Semtepi), a prefeitura estuda a criação de legislação fiscal com objetivo de atrair empresas para o centro tecnológico. Pessoa disse que as matrizes econômicas do “Casarão da Inovação” serão diversificadas da ZFM (Zona Franca de Manaus).
“A ideia é que as empresas que queiram se instalar aqui tenham algum tipo de benefício. Não só a redução do ISS (Imposto Sobre Serviços), mas, de repente, o IPTU e outros benefícios. Para se instalar aqui precisa ser empresa voltada para esse ramo da tecnologia”, afirmou Pessoa.
De acordo com o secretário, o modelo do centro tecnológico de Manaus é baseado no Porto Digital, um parque tecnológico localizado em Recife (PE), que atualmente tem 328 empresas instaladas e movimenta aproximadamente R$ 1,9 bilhão por ano. Para Marco Pessoa, o projeto da Prefeitura de Manaus é “muito ambicioso e grandioso”. “Eles (Governo de Pernambuco) viram que a mão de obra qualificada estava indo embora e eles resolveram montar uma empresa no centro antigo. Algo que começou pequeno cresceu e hoje tem mais de 300 empresas instaladas e movimenta bilhões”, afirmou.
Ao relembrar que o local também funcionou como Cabaré Chinelo, o prefeito Arthur Virgílio Neto afirmou que a proposta é “transformar o templo do desperdício e da farra em um templo da economia 4.0”. “Queremos fazer disto aqui um polo de alto conteúdo tecnológico para startups”, disse Arthur.
Conforme o prefeito, a escolha do local se deu pela simbologia. “Eu poderia alugar ou comprar um conjunto de salas e faria o polo de startups, mas não seria simbólico. Simbólico é nós fazermos aqui, onde os barões da borracha jogavam dinheiro fora e onde os jovens virão para jogar dinheiro para dentro da vida do povo de Manaus”, afirmou Arthur Neto.
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