Desde que chegou a Brasília, no início de fevereiro, o deputado federal Marcos Rotta (PMDB) vem enfrentando dificuldades com a direção da emissora Band Amazonas, que o projetou no cenário politico e que o ajudou a vencer sucessivas eleições para a Assembleia Legislativa e, finalmente, para a Câmara dos Deputados. O parlamentar foi impedido de fazer participações ao vivo de Brasília por telefone ou por vídeo. A coluna solicitou informações da direção da Band Amazonas sobre os motivos do corte, mas não obteve resposta. Uma fonte da emissora afirmou que a intenção é evitar que Rotta use o espaço da emissora para “fazer política”, o que sempre foi feito ao longo dos anos em que ele mantém no ar o programa Exija Seus Direitos. No fim de semana passado, Rotta esteve em Manaus na tentativa de dobrar os dirigentes da emissora e até chegou a ameaçar retira o programa da Band, mas não obteve êxito.
Máquina de votos
A falta de um programa de televisão para dar visibilidade a um político acostumado com esse tipo de mídia permanente pode extinguir um eleitorado específico que precisa ver seu candidato periodicamente na TV para poder lembrar dele no dia da eleição.
Um exemplo
Um exemplo é o ex-deputado federal Carlos Souza (PSD), que em 2006 foi o deputado federal mais votado do Amazonas, com 147.212 votos, graças à visibilidade que o programa policial Canal Livre – também da TV Rio Negro – deu a ele nos anos anteriores. Depois do fim do programa com polêmicas envolvendo casos policiais, Souza amargou uma derrota no ano passado, quando terminou a disputa com 53.020 votos.
Votação da reforma
O deputado Adjuto Afonso (PP), relator da reforma administrativa do governador José Melo na comissão de Finanças da ALE, disse que conclui seu relatório nesta quarta-feira e que na quinta o plenário já deverá votar os projetos de lei que operam a mudança. “Depois dessa reunião com os secretários, não tem mais o que discutir na comissão”, disse.
Personagens curiosos
Dois personagens chamam a atenção na equipe do governo que operou e defende a proposta de reforma política: o eterno secretário de Cultura, Robério Braga, e o irmão do governador, o odontólogo Evandro Melo. O primeiro, porque apareceu no topo da elite governamental, quando muitos apostavam na queda dele no novo governo; o segundo, porque comanda uma equipe de governo mesmo sem cargo na administração estadual.
Gestor mor
Evandro Melo deve assumir, assim que a reforma for votada e sancionada pelo governador, o cargo de presidente do Comitê Estratégico de Acompanhamento da Gestão, uma espécie de sistema de controle das secretarias para o cumprimento de metas do governo para a redução de gastos. No governo, a conversa é de que Evandro Melo vai mandar em todos os secretários.
Juventude abandonada
A exclusão do termo “Juventude” da Secretaria Estadual de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel) pelo governador José Melo trouxe à tona o desprezo que o Poder Público vem tendo contra o Estatuto Nacional da Juventude, sancionado pela Presidência da República em 2013. Para receber recursos federais da Secretaria Nacional da Juventude é necessário que os governos tenham em sua estrutura administrativa um departamento especificamente voltado para o setor. No estatuto, consta também que cabe ao Estado “desenvolver e manter programas, ações e projetos para a execução das políticas públicas de juventude”.
Batalha com êxito
Na reunião entre os secretários de Estado e os deputados estaduais, nesta terça-feira, ficou acertado que haverá uma emenda para recolocar o termo “Juventude” e mudar a sigla da secretaria, já que a proposta ela ganha o nome de SEL. A mudança se deve a mobilização de estudantes, que estiveram na ALE pela manhã e entregaram um documento contra o fim da Secretaria de Juventude, mesmo que conjugada com o esporte e lazer.