O PT e seus mandatários no governo da República, Lula e Dilma, fizeram opções erradas e elegeram mal as prioridades governamentais, desde a primeira gestão do metalúrgico. A pretexto de transferir renda a determinados grupos sociais, criaram vários tipos de bolsa. Sem entrar no mérito de iniciativas puramente assistencialistas, é possível constatar que negam na origem seu próprio programa, porquanto, segundo o viés esquerdista alimentado por alas empedernidas do partido, deve-se ensinar a pescar, ao invés de dar o peixe. No plano político, promoveram a compra de votos no parlamento brasileiro – Mensalão – e aparelharam o Estado, com a ocupação de espaços pela chamada ‘companheirada’, numa operação de apropriação pública jamais encontrada na história do Brasil, expressão típica do lulopetismo e de seu líder maior. Insistem em investir contra a liberdade de imprensa, sob o manto da necessidade de regulamentação da mídia, com o único propósito de estabelecer a censura sobre informações jornalísticas críticas ao partido no poder. E ainda culpam as elites, como se delas Lula não fizesse parte, em seu conceito sociológico, como expoente da elite sindical e política do país.
A fim de manter-se no poder, institucionalizaram o maior programa de mercantilização do sufrágio popular, com o pagamento mensal de um óbolo a milhões de brasileiros, em troca de apoio político, nas três esferas da Federação. Também concederam aumentos progressivos ao salário mínimo, acima dos índices de inflação. Com apoio em dados distorcidos, comemoram a ascensão de faixas populacionais aos estamentos médios na pirâmide social. Para tanto, não hesitaram sequer em comprometer a estabilidade econômica, herança do Plano Real, implantado durante a gestão presidencial de Fernando Henrique Cardoso, cujos fundamentos foram mantidos no início da administração petista, embora vulneráveis no presente.
Na ocupação do Estado, levaram à quase ruína instituições sólidas, representativas da evolução da economia brasileira, com atuação estratégica no mercado interno e projeção reconhecida nos fóruns internacionais. Os escândalos da Petrobras são emblemáticos e atingiram de morte o conceito da companhia, que certamente amargará um longo e penoso processo de recuperação, independente dos bilhões e bilhões de reais deitados pelo ralo, em operações altamente suspeitas, com prejuízos hoje admitidos pela direção da petroleira nacional. E nela montou-se o partido inteiro, a partir da presidência do baiano José Sérgio Gabrielli, com o controle operacional da estatal, que já foi o orgulho do Brasil. Observa-se o mesmo quadro em relação ao Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Correios e em outras empresas e agências governamentais, onde o fisiologismo da ‘companheirada’ sentou praça com sofreguidão.
Desde sua criação, no longínquo ano de 1953 do século passado, durante o governo democrático de Vargas, a Petrobras nunca esteve sob fogo cruzado tão pesado da opinião pública nacional como agora. Objeto de duas comissões parlamentares de inquérito, ainda que debaixo das rédeas da maioria que compõe a base de apoio ao governo, Lula e o PT fogem hoje de qualquer investigação no Congresso como o diabo foge da cruz. Lembram sempre da CPI dos Correios que desaguou no Mensalão e levou à condenação os próceres do partido recolhidos à Penitenciária da Papuda em Brasília.
A Petrobras, partidarizada em nome dos interesses do PT, sepultou uma administração profissional, com executivos e especialistas de alto nível na área, que serviram para conceituá-la dentre as empresas com melhor avaliação no setor. Mergulhou, a partir dos governos lulopetistas, em patamares decrescentes no ranking econômico mundial, com graves prejuízos causados ao país e a seus milhares de acionistas, segundo levantamento da insuspeita revista Fortune. Teve então um período de desempenho sofrível, com a realização de negócios nebulosos, que afetaram duramente o valor de suas ações, provocando quedas brutais em seus títulos no mercado.
No geral, o lulopetismo encastelado no Estado vem de uma sucessão de erros, na seleção de prioridades para o gasto público, na condução da política de juros altos e de combate à inflação, cuja hidra já mostra as garras, na implantação dos programas governamentais, como no caso do PAC, que destruiu a imagem de ‘gerentona’ competente da presidente Dilma Rousseff, um blefe real finalmente revelado, na administração de empresas com o ventre exposto pela corrupção e na questão política, que redundou no maior escândalo da vida republicana.
Bem, tinha que dar no que deu, o pensamento equivocado e a má escolha, que os leguleios chamam de culpa ‘in eligendo’, terminaram na rotinização do erro e da corrupção, sempre muito difícil de escapar ou fugir.