Do ATUAL
MANAUS – O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) registrou redução de 49,86% nos alertas sobre desmatamento na Amazônia em 2023 em relação a 2022. Foi registrada também uma diminuição de 14,25% nos focos de calor. As áreas com desmatamento são identificadas pelo Deter-B, sistema que reúne dados a partir de imagens de satélites.
Os estados com as maiores áreas de alertas foram Pará (1.904 km²), Mato Grosso (1.408 km²) e Amazonas (895 km²), que nos últimos anos se mantêm no ranking dos três estados com maior número de alertas de desmatamento.
Quanto aos municípios mais desmatados, Altamira (PA) lidera com 234,49 km², seguido de Apuí (AM) com 208,90 km² e Feliz Natal (MT) com 183,46 km².
Segundo o Inpe, também foi registrada redução nos alertas de desmatamento em Unidades de Conservação e Terras Indígenas na Região Norte. O desmatamento total atingiu 99,24 km² dentro das TIs e 341,66 km² dentro das UCs, representando uma diminuição de 48,19% e 67,37%, respectivamente, em comparação com o ano de 2022.
Conforme o Greenpeace, apesar da diminuição esses desmatamentos não deveriam ocorrer nessas áreas, onde não é permitida a retirada da vegetação nativa.
Para Ana Clis Ferreira, porta-voz do Greenpeace Brasil, a redução de alertas de desmatamento na Amazônia está atrelada à forte atuação dos órgãos de controle e fiscalização. “Em 2023, órgãos como Ibama, que sofreram um desmonte durante o governo anterior, tiveram autonomia para trabalhar, fiscalizar e multar os desmatadores e propagadores de incêndios florestais. É possível afirmar que essas ações colaboram diretamente para a redução do desmatamento e dos focos de calor na Amazônia ao longo do ano”, afirmou.
Apesar do cenário de queda na Amazônia, o Cerrado perdeu 7.852km² de vegetação nativa em 2023, um aumento de 43,73% em comparação ao ano anterior. A área desmatada é pela primeira vez em anos maior do que a área desmatada na Amazônia.
“Para que possamos continuar diminuindo os alertas de desmatamento e de fogo na Amazônia e mudar o cenário atual do Cerrado, é preciso uma ação coordenada entre governo federal e os governos estaduais, somado a valorização dos órgãos e das pessoas que atuam diretamente no campo. Desta forma, podemos começar a avançar para alcançar a meta de desmatamento zero”, diz Ana Clis Ferreira.