
Por Reynaldo Turollo Jr., da Folhapress
BRASÍLIA-DF – A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou ofício nesta terça, 16, ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmando ter arquivado o inquérito aberto em março pelo presidente da corte, Dias Toffoli, para apurar fake news, ameaças e ofensas aos ministros.
Apesar de o Ministério Público não participar da investigação, a Procuradoria Geral da República entendeu que, por ser titular da ação penal – o único órgão com legitimidade para levar adiante uma acusação –, caberia a ela decidir pelo arquivamento ou continuidade do caso.
No âmbito desse inquérito, aberto de ofício (sem provocação de outro órgão) por Toffoli, o relator, Moraes, determinou a retirada do ar de reportagens em sites e buscas e apreensões realizadas na manhã desta terça.
Ainda
não há manifestação do ministro Moraes sobre o ofício de Dodge.
A operação desta terça ocorre no esteio de um inquérito que apura
fake news contra ministros do Supremo, que incluiu a
censura dos sites O Antagonista e Crusoé.
Moraes determinou que os dois sites retirem do ar reportagem e notas publicadas na semana passada sobre uma menção ao presidente da corte, Dias Toffoli, feita em um email pelo empresário e delator Marcelo Odebrecht.
Após
a decisão de Moraes, a direção da revista reafirmou o teor da reportagem,
considerada pela publicação como censurada pelo Supremo.
O ministro do Supremo determinou ainda o bloqueio de contas em redes sociais
pertencentes a sete pessoas investigadas no inquérito.
Moraes foi escolhido
por Toffoli para presidir o inquérito sem sorteio – o que motivou críticas
de outros membros do tribunal.