Do ATUAL
MANAUS – Candidato do PT a prefeito de Manaus, Marcelo Ramos não recebeu apoio público do presidente do partido no Amazonas, deputado estadual Sinésio Campos, que também não aparece na propaganda eleitoral e nem em eventos de campanha do candidato. Ramos disse que não há “hostilização” de Sinésio à sua candidatura.
“Ele (Sinésio) não está fora da campanha. Agora, eu não posso negar que ele cuida do interior [dos candidatos do PT] e não hostiliza a minha campanha. Ele decidiu cuidar do interior. É uma estratégia”, diz Ramos em entrevista nesta sexta-feira (6) ao Grupo dos Seis, formado pelos sites AMAZONAS ATUAL, BNC, Portal do Mário Adolfo, Portal do Marcos Santos, Portal Único e Blog do Hiel Levy.
“Não dá para negar a relação que ele tem com o governador [Wilson Lima, do União Brasil] e com o presidente da Assembleia [deputado Roberto Cidade, adversário de Ramos na disputa pela Prefeitura de Manaus].
Marcelo Ramos disse que ao se filiar o PT obteve maioria no partido para lançar candidatura. “A decisão pela minha candidatura foi por unanimidade, tanto que o Sinésio tirou o nome dele e os membros da executiva municipal votaram em mim. Mas eu preferi o caminho do diálogo. O PSOL me apoia sem ter o vice na chapa. Retirou candidatura em nome da unidade da esquerda”, disse.
Segundo Marcelo Ramos, “nunca uma candidatura da esquerda conseguiu ter um bloco que unisse esse campo progressista da esquerda em Manaus”. “Isso é muito significativo para agora e para o futuro. Temos a chance de rearticular um campo progressista que foi dizimado nos últimos anos”, afirmou.
Ramos explicou a saída do PR e adesão ao PT. O candidato foi integrante do PL do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Nunca fui do PL de extrema direita. O PL se tornou de extrema direita quando o Bolsonaro entrou. Eu era candidato a prefeito em 2016 e todos os partidos de esquerda tinham um candidato. O PR era aliado dos governos do presidente Lula”, citou.
“Não acho que essa eleição não é uma disputa entre esquerda e direita ou entre Lula e Bolsonaro. É entre quem é mais capaz e quem está mais preparado a construir Manaus do futuro”, disse.
O candidato admitiu que não era conciliador. “O que me fez conciliador foi o cargo de deputado federal. Eu tenho um limite que é o da democracia. Eu cumprir esse papel na briga com o Bolsonaro. Hoje sou mais maduro, mais experiente. Tenho relação com governadores, com o presidente da república, com ministros, que eu não tinha naquela época. Em nenhuma cidade você governa sozinho. Eu tenho capacidade de conversar com todo o setor produtivo nacional”, afirmou.