Redação
MANAUS – O governador Wilson Lima (PSC) disse, na manhã desta quarta-feira, 21, que vai revogar dispositivos que impedem a apresentação de pessoas presas pela Polícia Civil. Lima disse que entende que “quem tem que ter direito é o cidadão de bem” e que “por muito tempo” ele mostrou “a cara de bandido na televisão” e sabe da necessidade da população de reconhecê-los e ajudar a polícia no combate ao crime.
De acordo com o Wilson Lima, a decisão de não mostrar o rosto de presos, adotada na semana passada pela Polícia Civil do Amazonas, segue recomendação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). No entanto, o governador disse que se reuniu com a equipe dele nesta quarta-feira e que revogará os dispositivos.
“Nós estamos seguindo uma recomendação do CNJ, mas hoje mesmo pela manhã reuni com a minha equipe e entendo o seguinte: quem tem que ter direito é o cidadão de bem. Esse cidadão é o que tem direito no nosso governo. Já estou revogando alguns dispositivos. Eu sou profissional da imprensa e por muito tempo na minha vida mostrei a cara de bandido na televisão porque entendo que, juntamente com a população, nós temos a ajuda de reconhecer algumas situações e outros casos que acontecem na cidade de Manaus”, afirmou.
O governador exemplificou casos em que é necessário mostrar o rosto de suspeitos de crime. “No caso, por exemplo, de um estelionatário que é mostrado na TV, chove de denúncias e as pessoas são encorajadas a também procurarem a delegacia de polícia. Por isso estou revogando alguns dispositivos”, disse.
Em casos envolvendo estupro, o governador disse que o procedimento da Polícia Civil continuará sendo como era antes, sem expor as vítimas. “Há uma preocupação nossa em proteger a vítima. Vítima, por exemplo de estupro, um familiar que é vítima de um estupro, naturalmente a gente não pode mostrar porque acaba expondo mais a pessoa. Mas um bandido que tem praticado recorrentemente um crime e necessita que a população o reconheça pra que efetivamente a polícia consiga juntar os elementos e as provas para poder encaminhar para a justiça, então isso tem que ser feito”, afirmou.