Da Redação
MANAUS – O Brasil poderá ter até US$ 72 bilhões (R$ 406 bilhões) para negociar no mercado internacional se conseguir reduzir as emissões de gases do efeito estufa, afirmou o deputado federal Marcelo Ramos (PL), vice-presidente da Câmara. Segundo ele, na próxima semana a Câmara dos Deputados deve votar o Projeto de Lei nº 528/2021, de sua autoria, que regulamenta o mercado de carbono no país.
“O potencial líquido desse mercado, ou seja, depois que nós compensarmos todas as nossas emissões, varia entre 17 e 72 bilhões de dólares que o Brasil terá para negociar no mercado internacional. Portanto, é mais do que urgente a aprovação do Projeto 528 e a regulamentação do mercado de crédito de carbono do Brasil”, disse Ramos.
A ideia é que países poluidores possam comprar créditos de carbono dos países que têm florestas preservadas, por exemplo – cada país tem metas de redução de emissão de gases de efeito estufa firmadas no Acordo de Paris em 2015.
Entre os dias 1° e 12 de novembro, Glasgow, na Escócia, se torna palco da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP-26). Ramos, que é vice-presidente da Câmara, disse que não dá mais para usar o argumento de que o Brasil conseguiu preservar mais as suas florestas que outros países.
“O fato de nós termos preservado mais até aqui não nos dá autorização para desmatar mais e emitir mais gases do efeito estufa daqui por diante porque o que está em jogo é o futuro do planeta, é se o planeta será habitável para as próximas gerações”, afirmou Ramos, ao pedir do governo brasileiro mais compromisso do que palavras.
“Diante disso, o mundo na COP espera do Brasil mais do que palavras, mas compromissos efetivos de natureza administrativa, legislativa e até policial para cumprir os objetivos de desmatamento ilegal zero até 2030 e neutralidade climática até 2050”, completou o parlamentar. Ramos viajará à Escócia na próxima semana.
Para o parlamentar, a contribuição mais importante do Brasil para o controle das mudanças climáticas é o desmatamento zero, principalmente na Amazônia. No âmbito do Poder Legislativo, ele disse que os deputados estão se esforçando para aprovar na próxima semana o Projeto de Lei nº 528/2021 que regulamenta o mercado de carbono.
“O projeto atua em duas pontas. Primeiro, monetizando e transformando em ativos financeiros a nossa floresta em pé, pela capacidade que ela tem de sequestrar carbono da atmosfera e revertendo esse dinheiro, essa riqueza, parte dela pelo menos, para as populações tradicionais, ribeirinhos, quilombolas, populações indígenas”, disse Ramos.
“E na outra ponta estabelecendo metas de emissão para nossa indústria e para o setor energético, e um mecanismo em que quem emite mais do que a meta tem que comprar crédito para compensação e quem emitir menos tem crédito para vender no mercado”, completou o parlamentar amazonense.
Confira o projeto do deputado na íntegra.
(Com informações da Agência Câmara)