Por Marcelo Moreira, do ATUAL
MANAUS – Mesmo após decisão judicial que proibiu a greve de professores no Amazonas, os trabalhadores da educação decidiram paralisar as atividades na manhã desta quarta-feira (17). A decisão por manter a greve ocorreu em frente à Assembleia Legislativa.
Os professores reivindicam a reposição salarial dos anos de 2020, 2021, 2022 e 2023, o aumento do vale alimentação, do auxílio localidade e as progressões por titularidade e tempo de serviço desde 2018. Segundo os educadores, a defasagem salarial é de 25%.
“Não é de nosso agrado estarmos aqui. É de extrema necessidade. Nosso salário já foi o terceiro melhor a nível nacional. Tentamos por 10 vezes ser recebidos por alguma autoridade, mas não nos receberam. Queremos que o governador [Wilson Lima] deixe os professores trabalharem com uma remuneração justa”, disse Ricardo Almeida, professor da Escola Estadual Duque de Caxias, na Compensa, zona oeste.
Com cartazes que exibiam a palavra “greve”, os trabalhadores protestaram contra a decisão do desembargador Domingos Chalub, do Tribunal de Justiça do Amazonas, que proibiu a paralisação. O magistrado estabeleceu multa diária de R$ 30 mil por dia ao Sinteam (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas) por descumprimento da ordem judicial.
“O que a Justiça fez conosco a pedido do nosso empregador é um crime. A mesma Justiça que, hoje, marginaliza o ato dos trabalhadores não olha que os trabalhadores lutam para que uma lei seja cumprida. Portanto, o nosso repúdio a esse desembargador”, disse Ana Cristina Rodrigues, presidente do Sinteam.
“A nossa única tentativa de conversa, que foi intermediada pela Assembleia, foi em 8 de março. Já tem dois meses e, de lá, nunca houve um retorno. Nós pedimos ajuda do Ministério Público do Trabalho e ele fez também uma tentativa de negociar, chamou a Seduc [Secretaria de Educação], mas nem a Seduc e nem o Governo do Estado mandou representante”, disse Vanessa Antunes, diretora financeira do Sinteam.
Os trabalhadores bloquearam o trânsito no trecho da Avenida Mário Ypiranga em frente à Assembleia Legislativa por várias vezes. Em um desses momentos, uma bombinha de São João foi jogada de dentro de um carro contra os manifestantes. Três suspeitos foram detidos e levados pela Polícia Militar.
A Sessão Plenária na Assembleia Legislativa foi suspensa e uma comissão do Sinteam entrou na Casa para propor acordo aos deputados.
“O que nos motiva é nossa perda salarial. Há três anos não temos o reajuste salarial. Dá 25% nos três anos que o governador não paga nem a inflação do período. Ano passado, foi 10%. Ele assinou com 9% em janeiro. A nossa data-base passou batido”, disse Antônio Edinelson, professor de geografia.
O sindicato entregou uma lista de frequência para colher as assinaturas dos professores que deixaram a sala de aula nesta quarta. Até o fechamento desta reportagem a manifestação não havia encerrado e nenhum acordo assinado. A Polícia Militar acompanha o protesto.
(Colaboraram Teófilo Benarrós de Mesquita e Hudson Neris)
É justo q os professores tenham os seus salários dignos pq todos os cidadãos q tenham um conhecimento diferenciado disserteza teve ou tem o apoio do educador escolar. Parabéns p os professores que tiveram a coragem de se manifestarem!
“Disserteza” o professor chora lendo isso.
Alguém sabe se essas greves continuam ,ou já acabaram ?
É simples, a educação tem um fundo próprio chamado Fundeb, ele pode incorporar ao salário como os outros estados estão fazendo, se realmente fosse um governo cério ele já teria feito isso pra valorizar a educação.
Força, Amazonas! Os professores são essenciais para a sociedade! Precisam ser bem remunerados, pois não é fácil a lida com os alunos. Tem aluno de todo jeito e o professor tem que ajustar cada personalidade, as histórias de vida de cada aluno para obter êxito no ensino-aprendizagem. Chega-se ao esgotamento físico, psicológico e emocional ao final de cada dia. Tem que haver recompensas: um bom salário e boas condições de trabalho.
Parabéns senhores professores. Concordo totalmente com a paralização de vcs. O desembargador não passa de um… pau mandado que merece repúdio não só dos professores, mas de toda sociedade. É bem possível que ele não tenha estudado precisado de professores p/ se chegar ao posto que hoje ocupa p/ pisotear quem lhe serviu de escada p/ subir na hierarquia da opressão. A classe dele usa até motoristas pagos com nossos impostos, que são usados p/ conduzi los até p/ eventos privados e olhe lá que exigem que fiquem de plantão a espera se suas “excelências” até que se fartem?