Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – A primeira indígena infectada pelo novo coronavírus, Suzane da Silva Pereira, 20, da etnia Kokama, saiu do período de transmissibilidade nessa quinta-feira, 9, e está “clinicamente curada”, segundo o coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei/Alto Rio Solimões), Weydson Gossel Pereira.
A indígena, moradora da aldeia São José, em Santo Antônio do Içá, no sudoeste do Amazonas, atua como agente de saúde em aldeias na região. Além dela, a mãe, de 39 anos; a filha Yara, de 1 ano e 10 meses; e o primo de quarto grau, de 37 anos, todos da etnia Kokama, foram confirmados com Covid-19.
“Venho informar que nossa primeira indígena infectada pelo coronavírus no Brasil, adquirindo Covid-19, finalizou seu isolamento em quarentena, não apresenta sintomas, portanto, está clinicamente curada”, escreveu Weydson Pereira.
De acordo com o Dsei, outras 34 pessoas que tiveram contatos com os infectados estão sendo monitoradas e 14 casos suspeitos foram descartados no município.
Ao comemorar a cura da paciente, o coordenador distrital de Saúde Indígena disse que continuará a combater o “vírus mortal”. “Nossa missão será evitar que os casos que apareceram, não evoluam para hospitalização e tampouco óbito. Temos mostrado que isso é possível e continuaremos o enfrentamento a este vírus mortal”, disse Pereira.
De acordo com a FVS (Fundação de Vigilância em Saúde), a paciente pode ter tido contato com o médico Matheus Feitosa, que atua no mesmo distrito e que também testou positivo para Covid-19. O médico acredita ter contraído o vírus durante viagens aos estados de Santa Catarina e Paraná.
O secretário de saúde do município de Santo Antônio do Içá, Francisco Ferreira Azevedo, disse que a indígena que teve seu caso confirmado viajou a outros municípios do Alto Solimões, como Tabatinga (a 1.106 quilômetros de Manaus).
A Secretaria Municipal de Saúde de Santo Antônio do Içá afirmou que ao tomar conhecimento do caso positivo em um de seus colaboradores, isolou a aldeia e os contatos do paciente. A secretaria também afirma que colocou uma equipe de profissionais de saúde para monitorar todos os comunicantes 24 horas por dia.