O presidente da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), Josué Neto (PSD), cerceou, por duas vezes, a palavra de uma professora convidada pelos deputados de oposição para expor a situação de profissionais do magistério que estão sendo prejudicados, segundo ela, no estágio probatório por falta de internet nas escolas. Gleice Antônia de Oliveira subiu à tribuna e durante a exposição do problema, começou a criticar a propaganda governamental segundo a qual há internet nas escolas. Antes de concluir, ela é interrompida por Josué Neto, que a adverte para que se atenha ao tema. Em outro momento, a professora voltou a criticar o governo e novamente foi interrompida pelo presidente. A professora falava em nome de 700 professores de um distrito educacional da Seduc que estaria na iminência de serem reprovados no estágio probatório. Eles alegam que precisam acompanhar aulas pela internet para fazer uma prova, mas não conseguem acesso à rede. Esse teria sido o motivo do desabafo, em uma cessão de tempo dos deputado José Ricardo (PT) e Luiz Castro (PPS) e da deputada Conceição Sampaio (PP).
Comportamento inaceitável
Josué Neto é um dos cabos eleitorais mais ativos da campanha do governador José Melo (Pros) pela reeleição. Mas ele não pode deixar que processo eleitoral interfira no normal funcionamento do Poder Legislativo que dirige. O parlamento tem como princípio o confronto de ideias, a fala livre, o debate político. Os argumentos contra ou a favor de qualquer poder deve ser tolerado. O que se aceita é a contestação, não o cerceamento, como fez Josué Neto.
Fechando as torneiras
O prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB), que rege a orquestra em torno da campanha do filho Arthur Bisneto e dos candidatos que o apoiam, fechou as torneiras e deixou os apoiadores preocupados. Nem os candidatos considerados amigos de primeira hora estão recebendo o dinheiro prometido pelo PSDB. Mais preocupado do que os candidatos está o pessoal contratado para trabalhar na campanha.
Vídeo na rede
O vídeo da arquiteta Renata Barros, que em 2008 denunciou o próprio marido e o então governador Eduardo Braga (PMDB) de corrupção no governo, começaram a circular nas redes sociais. O material é distribuído pelo WathsApp para evitar a responsabilização dos divulgadores. À época, Renata apresentou o vídeo e um dossiê preparado com a ajuda do advogado dela contra o então governador, e o material foi entregue ao então procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, por Arthur Virgílio Neto, que era senador da República. Renata acompanhou Arthur a Brasília, mas ao retornar a Manaus, recuou e gravou um novo vídeo contestando as informações do primeiro e dizendo que foi usada politicamente em um caso de briga de família.
Amazonino na propaganda
O ex-governador Amazonino Mendes, que apareceu no início da campanha de Eduardo Braga (PMDB), doou o tempo do PDT para a coligação “Renovação e experiência” e depois sumiu, apareceu pela primeira vez na propaganda eleitoral na TV nesta quinta-feira. Ele não precisou sair de casa para gravar programa. Responsável pela aparição, o candidato a deputado federal Marcelo Generoso (PSDC) mostrou uma gravação antiga do tempo em que o ex-governador foi homenageado na Câmara Municipal de Manaus. Amazonino aparece dando um abraço em Generoso.
Em nome dos mortos
O corregedor-geral de Justiça, desembargador Flávio Pascarelli, baixou uma portaria determinando a instauração de processo administrativo disciplinar contra o titular do 1º Tabelionato de Notas de Manaus, Antonino Rabelo, e o titular do 5º Tabelionato de Notas da Capital, Miguel Raymundo de Oliveira Vital. Eles serão investigados por “terem supostamente expedido procurações públicas tendo como outorgantes pessoas falecidas”, de acordo com a Portaria 301/2014.