Por Iolanda Ventura, da Redação
MANAUS – Em Manaus, 60 mil pessoas correm risco de ter as casas alagadas pela cheia caso a cota do Rio Negro atinja 30 metros. A estimativa foi anunciada pelo prefeito David Almeida na manhã desta segunda-feira durante o lançamento da operação “Cheia 2021”, no bairro Mauazinho, zona leste.
O mapeamento inclui 19 áreas e os moradores terão que deixar as residências. São 4.005 famílias nesta situação. Bairros como Mauazinho, Educandos, São Jorge, Centro, Colônia Oliveira Machado, Santo Antônio serão os mais afetados devido muitas casas estarem instaladas na orla do rio e em igarapés.
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Para atender as famílias com instalação de abrigos, alimentos e material de higiene e limpeza a Prefeitura deve gastar R$ 40 milhões, disse David Almeida. “Nosso planejamento é de R$ 19 milhões para uma cheia de até 28 metros e de R$ 27 milhões para 29 metros. Até R$ 48 milhões será para 30 metros”, disse o prefeito. “A zona rural, no mapeamento que fizemos para a cidade, está contemplada”, disse Almeida.
O prefeito disse que já foram adquiridos alimentos, mantimentos, kits de higiene e kits dormitório. Quanto à madeira usada nas pontes em regiões alagadas, são quase 3 mil metros de extensão espalhadas nas 19 áreas mapeadas. Segundo David, as madeiras são doações de apreensões do desmatamento ilegal.
“As madeiras que estamos colocando nas ruas não estamos gastando (recursos) porque nós conseguimos várias doações, muita madeira apreendida”, disse.
David afirma que está solicitando o material da Polícia e Justiça Federal para que também seja usado após a cheia. “Nós estamos requisitando essas madeiras para que, além dessas pontes provisórias, possamos recuperar todas as pontes permanentes que tem na cidade de Manaus após o término da enchente”, disse.
David afirma que até o momento apenas recursos do Tesouro Municipal estão sendo usados, mas recursos federais podem ser acessados. “Nós temos um alerta de 29 metros que a gente pode acessar recursos do governo federal caso haja um dano muito grande à população. Mas nesse momento ainda não se faz necessário decretação de estado de emergência nesse sentido e essas verbas podem vir direto do fundo nacional”, disse.
De acordo com o último boletim do CPRM (Serviço Geológico do Brasil), divulgado na sexta-feira, 16, a cota do Rio Negro atingiu 28,14 metros. Segundo a prefeitura, em 2020, o rio Negro chegou à marca máxima de 28,52 metros, para enchente, no dia 18 de junho. Em 2012, Manaus registrou a maior cheia da história, com o rio Negro marcando 29,78 metros, superando o índice registrado em 2009, que foi de 29,77 metros.