Por Iolanda Ventura, da Redação
MANAUS – Em resposta ao prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, que disse nesta quinta-feira, 15, que o governo dá ‘passe-livre’ a traficantes se permitir invasão Cidade das Luzes, o vice-governador do Amazonas, Carlos Almeida Filho, afirmou que Virgílio fez a declaração apenas para fugir da explicação do preço da parada de ônibus de R$ 207 mil que a Prefeitura constrói na Ponta Negra e que deveria sair por cima como Pelé e respeitar a própria história.
De acordo com Carlos Almeida, o prefeito partiu para o escapismo para desviar a atenção do valor do ponto de ônibus. “No meio da justificação, para poder fugir da necessária justificação do porquê que aquela parada tem aquele (preço) absurdo, resolveu partir para o escapismo e atacar tanto a mim quanto ao governador (Wilson Lima)”, disse Almeida.
Carlos Almeida sugeriu que Arthur Virgílio deveria seguir o exemplo de Pelé e respeitar a própria história. “Quero registrar e até dar uma recomendação. Acredito que o prefeito deveria fazer que nem Pelé, sair por cima e respeitar a própria história em vez de ficar estragando aquilo que é o seu patrimônio, que foi conquistado ao longo de tantos anos em devaneio senis”, afirmou.
Almeida disse ter problemas maiores e que não há tempo para distrações. “Quero deixar muito claro: quando a gente vai trabalhar todo dia para poder enfrentar os problemas que nós temos de frente, a gente não fica prestando atenção no cachorro que fica latindo para a roda do carro”, ironizou.
Carlos Almeida criticou o preço da obra e disse ser incoerente com a realidade dos ônibus na cidade. “Esse é um ponto a ser explicado. O município tem problemas severos e problemas que vem acompanhando durante toda a gestão do prefeito. Então é meio incoerente fazer a defesa de uma parada que custa R$ 207 mil enquanto os passageiros têm que andar em ‘cacarecos’. Essa é uma discussão que não é de hoje”, afirmou.
Para o vice-governador, Arthur Neto deve enfrentar os problemas de frente. “Eu acredito que em vez do prefeito estar buscando escapar de sua responsabilidade imputando é agressões ou ilações contra quem quer que seja, tanto a mim quanto ao governador, acho que ele deveria fazer como nós estamos fazendo, como o ‘novo’ que ele tanto critica está fazendo, que é ao invés de buscar o escapismo, enfrentar os problemas de frente”, rebateu.
Críticas
O vice-governador aproveitou ainda e citou outros problemas que afetam a cidade no que diz respeito à gestão municipal. “E nós temos problemas municipais que precisam ser resolvidos há muito tempo. Como por exemplo, a quantidade escandalosa de buracos nas ruas, um sistema de saneamento básico que precisa de atenção e algo que nos preocupa sobremaneira, o município de Manaus só atende 45% da sua obrigação de atendimento da saúde básica”, afirmou.
De acordo com o vice-governador, a falta de UBS’s (Unidade Básica de Saúde) sobrecarrega o sistema estadual de saúde. “Quando o município não atende a integralidade da saúde isso sobrecarrega as contas estaduais. O estado do Amazonas é o estado que mais gasta com saúde pública. Enquanto o mínimo institucional é de 12% o estado do Amazonas gasta 23%. E a grande responsabilidade disso é justamente porque o município não faz o seu trabalho”, disse.
Invasões
O vice-governador se defendeu das acusações do prefeito, que disse que Carlos Almeida atuou a favor dos invasores da ocupação Cidade das Luzes quando era defensor público. “Com relações a acusações, isso é uma brincadeira, é uma brincadeira. Meu trabalho é público, sempre aconteceu de forma pública, e eu sempre trabalhei defendendo política pública de moradia, dentre outras”, afirmou Almeida Filho.
Em resposta, Almeida alega que a atual gestão trabalha desde o início para solucionar a questão das invasões, mas que isso é da responsabilidade da prefeitura. “A propósito, tão logo nós chegamos no palácio, a nossa obrigação foi de buscar soluções a problemas crônicos de Manaus. Em Manaus existem aí diversas ocupações irregulares e nós buscamos já desde o início do mandato cooperar com o município de Manaus para que nós possamos debelar esse tipo de problema que é histórico. E é um problema que é da responsabilidade do município”, disse.
De acordo com o vice-governador, há um termo de cooperação para resolver a situação das vítimas do incêndio no Educandos em dezembro do ano passado, mas não há retorno do município. “Só que por exemplo, as famílias lá que foram agredidas com o incêndio no ano passado, aquelas 700 famílias que foram agredidas com o incêndio no Educandos, elas estão até hoje aguardando uma solução que depende de uma parceria com o município. Estamos com o termo de cooperação já faz quatro meses que depende de uma resposta que o município não dá”, alegou Almeida.
Para Carlos Almeida, a situação das ocupações irregulares não se resolve porque não há sintonia entre Estado e município. “Porque, o que tem acontecido na nossa cidade é uma ausência de política pública efetiva e uma ausência de sintonia, tanto entre o Estado e o Município”, disse. “Porque o estado do Amazonas não pode construir políticas públicas de moradia sem a parceria dos municípios. Mais uma vez eu reitero, estamos buscando isso desde o início do ano e nós não estamos encontrando eco. Ao contrário, nós estamos encontrando escamoteamento e falseamento da verdade”, completou o vice-governador.
A Mnausmed está aí pra mostrar a falta de consideração com o funcionalismo municipal.
Hoje, o funcionário municipal tem que ficar ligando pra tentar conseguir entrar em COTAS para consulta e exames.
Alguns consultórios agendam com quatro a seis meses, porque cada clínica/consultório tem um certo número de cotas pra atender mensalmente.