Do ATUAL
MANAUS – Na noite desta terça-feira (15), o prefeito de Apuí, Marcos Maciel, afirmou, durante entrevista concedida ao programa Brasil Urgente, da TV Band, que pediu a intervenção do senador Eduardo Braga para ajudar no combate aos impactos da cheia do Rio Madeira e evitar o desabastecimento de itens essenciais à população do Sul do Amazonas. Trecho da BR-230, a Transamazônica, está submersa impedindo a circulação de veículos e afetando cerca de 70 mil pessoas.
Os municípios de Apuí, Humaitá e Manicoré já estão sentindo os efeitos da enchente, que já é considerada a maior desde 2014. Até a semana passada, segundo o prefeito Marcos Maciel, cerca 530 famílias em Apuí já tiveram as casas atingidas pelas águas e ficaram desalojadas.
“Apuí sofre as consequências por causa do isolamento da Transamazônica (BR-230), que é nosso único meio de acesso. O senador Eduardo Braga mobilizou o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) para liberar balsas que irão trazer as carretas de Humaitá até Apuí. Isso é a nossa esperança de trazer alimentação para cá. Já chegou uma balsa, trazendo 12 caminhões com frios, com medicamentos, com água mineral. O que era de mais urgente e emergente chegou ontem. Deu uma aliviada para o final de semana. A gente tem uma certa margem de segurança”, explicou o prefeito Marcos Maciel.
Decreto de emergência
No dia 28 de março, a Prefeitura de Apuí publicou no Diário Oficial dos Municípios o Decreto nº 11, que declarou situação de emergência por 180 dias. O motivo foi a inundação que interrompeu o tráfego de veículos na BR-230, no trecho localizado nos 20 quilômetros próximos a Humaitá.
Mesmo estando respaldado pela legislação para adquirir produtos e serviços em regime de excepcionalidade, o prefeito optou por solicitar apoio ao senador Eduardo Braga para resolver o problema sem elevar as despesas.
“Nós não fizemos nenhuma compra com esse decreto de emergência. Nós não fizemos nenhuma dispensa de licitação, nada parecido. Por que? Porque o nosso caso é manter o abastecimento da cidade. É por isso que a gente pediu o apoio do senador Eduardo Braga. Como ele tem uma grande influência, ele acionou o DNIT para nos ajudar a fazer chegar na cidade esses bens de consumo, além de socorrer o Santo Antônio do Matupi (região de pecuária na cidade de Manicoré). Mesmo ele estando em outro município, o acesso é o mesmo pela Transamazônica”, justificou o prefeito.
Saúde e aulas comprometidas
Pacientes em estado grave nas unidades de saúde do município de Apuí estão sendo retirados por via aérea. “Já tivemos oito fretamentos de avião UTI nesse período. É um custo muito alto. Os pacientes de emergência de Manicoré estão sendo atendidos aqui em Apuí”, esclareceu Marcos Maciel.
O calendário escolar foi suspenso sem data para o início do ano letivo em 2025. Inicialmente, havia o risco de falta de energia elétrica nas escolas em decorrência da incerteza da chegada do combustível. Uma balsa da Amazonas Energia abasteceu Santo Antônio do Matupi e Apuí, evitando apagões.
Ruas e pontes foram danificadas pelas fortes chuvas dos últimos meses, impactando também no transporte escolar.
“Apuí tem a maior malha viária do estado. São 2.800 quilômetros de estradas vicinais que tem de ser percorridos todos os dias pelos ônibus, pelas vans, pelas caminhonetes para levar essas crianças até as escolas. Deteriorou tudo. Em quatro meses de mandato, já recuperamos 59 pontes este ano. É tudo absurdo aqui por conta da grande quantidade de chuva. As estradas estão arrebentadas por todos os lados que se anda aqui”, disse o prefeito.
Soluções via DNIT
Em caráter de urgência, o DNIT promove a contratação de balsas para fazer o transporte de caminhões de Humaitá até o trecho da BR-230 não afetado pela cheia do rio, permitindo o acesso a Apuí.
O rearranjo logístico vai elevar o tempo da viagem entre os dois municípios em um dia e meio. Além de garantir o transporte de mercadorias, o sistema possibilitará o escoamento da produção de artigos lácteos como queijos.
