
Por Lúcio Pinheiro, da Redação
MANAUS – Encerra-se neste sábado, 17, o prazo para o ex-governador José Melo apresentar defesa à acusação feita contra ele pelo MPF (Ministério Público Federal) na ação penal 867-98.2018, resultante da Operação Estado de Emergência. A denúncia contra o político e mais nove pessoas foi apresentada no dia 5 de fevereiro, e no dia 6 foi aceita pela juíza federal relatora do caso, Ana Paula Serizawa.
Na denúncia do MPF, Melo é acusado de integrar organização criminosa que desviou mais de R$ 110 milhões do setor da saúde no Amazonas. No mesmo caso, o ex-governador também é acusado de obstrução da Justiça. O advogado do político, José Carlos Cavalcanti Júnior, diz que o cliente é inocente e que entregará sua resposta na segunda-feira, 19.
O mandado de citação de José Melo foi expedido no dia 7 de fevereiro, um dia depois da denúncia se aceita. Na decisão, a magistrada deu prazo de dez dias para o político se manifestar. Com a aceitação da denúncia, Melo e os outros nove investigados passaram à condição de réus. O ex-governador está preso desde o dia 31 de dezembro de 2017, quando foi preso pela segunda vez.
Além de Melo, são réus na mesma ação a ex-primeira-dama Edilene Gomes de Oliveira, o irmão do ex-governador e ex-secretário de Administração Evandro Melo, o ex-secretário de Fazenda Afonso Lobo, e ex-chefe da Casa Civil Raul Zaidan, os ex-secretários de Saúde Pedro Elias de Souza e Wilson Alecrim, o ex-secretário-executivo de Saúde José Duarte, e duas ex-servidoras da Susam: Ana Cláudia Gomes (assessora de Wilson Alecrim) e Keytiane Evangelista (ex-secretária do Fundo Estadual de Saúde).
A ação penal é resultado das operações Custo Político e Estado de Emergência. As operações têm origem na Operação Maus Caminhos, deflagrada pelo MPF, Polícia Federal e (CGU) Controladoria Geral da União em setembro de 2016.
Primeira-dama
José Carlos Cavalcanti também defende a ex-primeira-dama. Segundo ele, Edilene já respondeu às acusações feitas na denúncia. Para o MPF, ela tentou obstruir a investigação, ao arrombar boxes de uma empresa de guarda-volumes cujas chaves tinham sido apreendidas pela Polícia Federal.
Segundo a defesa de Edilene, ela foi ao local apenas para retirar cera de depilação usada para abastecer um estabelecimento comercial que ela tem em Manaus na área de estética. Por causa do episódio, a ex-primeira-dama está presa desde o dia 4 de janeiro.
Afonso Lobo, Pedro Elias e Evandro Melo também têm até a próxima semana para apresentar suas respostas às acusações feitas contra eles na denúncia do MPF.
Decisão de Ana Paula Serizawa ao aceitar a denúncia do MPF:
Mandado de citação do ex-governador José Melo: