
EDITORIAL
MANAUS – A economia de livre mercado, defendida pelos liberais e vendida como a melhor solução para a humanidade, precisa, antes de tudo, de respeito ao consumidor, que é o elo mais fraco da corrente.
Não é o que estamos assistindo em Manaus com o comércio de combustíveis. Os postos de revenda ao consumidor passaram a fazer molecagem a qualquer sinal de que haverá reajuste de preços, sempre para prejudicar o consumidor.
Desde o início deste mês, os preços nos postos de Manaus são alterados ao sabor dos ventos, sem qualquer justificativa plausível.
Na economia de livre mercado, como o nome sugere, o comércio é livre para praticar o preço que bem entender. No entanto, algumas regras precisam ser observadas para o bom relacionamento com o cliente, como os critérios de reajuste.
No comércio de combustíveis, por exemplo, a Petrobras estabeleceu uma política de preços que prevê a elevação nas refinarias quando houver elevação do preço do barril de petróleo no mercado internacional ou do dólar; e queda nos preços quando o petróleo ou o dólar sofrerem redução.
Em Manaus, a refinaria da Petrobras foi adquirida pelo Grupo Atem, que a rebatizou de Ream (Refinaria da Amazônia). No entanto, a nova empresa mantém política semelhante de reajuste de preços, com anúncios semanais, mesmo que não haja reajuste.
Ocorre que os postos estão à margem da política de preços da Ream, e têm realizado manobras para evitar a aplicação de reajuste quando há redução de preços.
Na primeira semana de operação da nova administração da refinaria, os postos elevaram os preços em R$ 0,50 (cinquenta centavos de real) antes do anúncio do novo preço da Ream, que no caso da gasolina foi reajustado para baixo.
Os postos, no entanto, reduziram o preço depois da queda na refinaria, mas apenas retiraram os cinquenta centavos que havia aplicado sobre o preço anterior. Ou seja, a refinaria reduziu o preço, mas os postos mantiveram o valor praticado antes do reajuste.
Na semana seguinte, uma nova redução de preço da gasolina foi aplicada pela refinaria, mas os postos mantiveram os mesmos valores nas bombas.
Nesta semana, antes do anúncio semanal da tabela de preços a Ream, os postos voltaram a subir o valor do litro da gasolina, na expectativa de que haveria elevação do preço na refinaria. Realmente houve, mas em percentual muito menor do que o aplicado pelos revendedores nos postos.
Entre elevações e quedas, o litro da gasolina vendida na refinaria a partir do dia 26, quando o reajuste anunciado no dia 21 passará a ser aplicado, estará R$ 0,27 (vinte e sete centavos de real) mais barato do que quando a Ream assumiu o controle da Refinaria de Manaus.
Mas nos postos, o consumidor pagará mais do que antes do início de dezembro. Naquela ocasião, o preço médio do litro da gasolina era R$ 4,29. Agora, está entre R$ 4,45 e R$ 4,49. Alguns postos passaram a cobrar nesta semana R$ 4,99.
Falta ou não falta honestidade na relação comércio x consumidor?
Em Manaus existe um cartel de combustíveis que impede a concorrência entre os postos. Os preços são praticamente os mesmos em todos os pontos, e sempre maior do que deveria. A Assembleia Legislativa vez por outra instala uma CPI, mas sabemos que é tudo teatro. Sempre tem o representante do cartel entre os integrantes da CPI que, claro, termina em pizza.
Eu quero saber cadê o PROCON, não faz NADA…todo mundo em uma salinha no ar-condicionado, de boa, era para estarem nas ruas todos os dias fiscalizando, poder de policia, fiscalizar …