
Do ATUAL
MANAUS – O policial civil Adans Vale Pachla, do Grupo Fera, acusado de matar o motorista Sérgio Fragoso Monteiro em junho de 2021, vai a júri popular. A decisão foi tomada na segunda-feira (23) pelo 3º Tribunal do Júri de Manaus. A data do julgamento não foi marcada.
O crime ocorreu na madrugada de 18 de junho de 2021, na rua Persides, bairro Vila da Prata, zona oeste de Manaus, onde Sérgio Fragoso morava. O motorista foi atingido com um tiro de fuzil no peito.
A execução ocorreu durante o cumprimento de um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça do Rio de Janeiro contra o filho de Sérgio, Felipe de Lima Machado Monteiro.
De acordo com a denúncia apresentada pelo MPAM (Ministério Público do Amazonas) contra o policial civil, o filho de Sérgio não residia no local.
A ação fez parte da operação “Coalizão do Bem”, realizada em Manaus após os ataques criminosos conjuntos promovidos por traficantes no dia 6 de junho de 2021, um domingo.
O assistente de acusação do MPAM, Vilson Benayon, solicitou que as filmagens no mandado de prisão fossem incluídas nos autos do processo.
“Durante a instrução um dos policiais informou que existiam filmagens [da operação]. Solicitamos que estas filmagens fossem juntadas aos autos com o objetivo de esclarecer e, principalmente, comprovar que Sergio morreu na hora com um tiro de fuzil no peito”, disse Benayon.
A solicitação feita pelo assistente de acusação é para provar que além de Sérgio ter sido morto sem direito a alegar inocência, houve também tentativa de esconder o erro cometido na operação.
“Com o objetivo de ocultar ou dificultar a comprovação do crime levaram seu corpo até o hospital 28 de agosto, onde foi atestado sua entrada ás 5h40min, comprovando que os policiais adentraram na casa de seu Sérgio antes de amanhecer o dia”, disse o advogado.
A viúva de Sérgio, Marcilene Machado disse em audiência virtual realizada em 9 de junho do ano passado que a polícia invadiu a casa e chegou atirando. “Houve uma verdadeira execução, meu marido estava desarmado”.