
Por Felipe Campinas, do ATUAL
MANAUS – A Polícia Civil do Amazonas vai realizar no próximo dia 5 de outubro a reconstituição do acidente que resultou na morte de Fernanda Rodrigues Pinheiro, de 18 anos, ocorrido no dia 14 de abril deste ano.
A reprodução simulada vai ser no local do acidente, no cruzamento entre a Rua Ramos Ferreira e Avenida Getúlio Vargas, no Centro Histórico de Manaus.
De acordo com as investigações, no dia do acidente, o tenente do Exército Danrlei Ferreira Rozendo, de 28 anos, dirigia uma BMW na Avenida Getúlio Vargas, no sentido bairro/centro.
Fernanda, que tinha acabado de chegar em Manaus, ia para a casa de uma prima no bairro Aparecida, zona sul de Manaus, em um veículo Ford Ka solicitado via aplicativo. O carro era conduzido por Edney Franklin Silva do Amaral, de 33 anos.
Ainda conforme as investigações, o tenente avançou o sinal vermelho no cruzamento das avenidas Getúlio Vargas e Ramos Ferreira e atingiu a lateral traseira direita do carro Ford Ka. Fernanda e Edney foram arremessados para fora do veículo. A jovem morreu na hora e Edney ficou internado na UTI, no Hospital e Pronto Socorro João Lúcio, na zona leste de Manaus.
A reconstituição foi solicitada pela promotora de Justiça Maria Eunice Lopes Bittencourt com objetivo de apurar a responsabilidade penal do tenente do Exército.
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Em documento enviado à Delegacia de Acidentes de Trânsito no dia 31 de julho deste ano, a promotora considerou “imprescindível” a participação, na reprodução simulada, do motorista do Ford Ka e de Tatiane da Silva Santos, testemunha que alegou ter visto o momento do acidente. Ela facultou a participação de Yan Danrlei, mas a polícia o convocou.
Em agosto, o delegado Temístocles Alencar pediu ao IMMU (Instituto Municipal de Mobilidade Urbana de Manaus) a cessão de um agente de trânsito para o local. “É imprescindível a presença dos agentes de trânsito do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana para realização da reprodução simulada dos fatos”, diz trecho de ofício.
Conforme o delegado, a reconstituição será para esclarecer dúvidas, entre elas se havia como evitar o acidente e se há possibilidade de afirmar quem causou o acidente e porquê.
No dia do acidente, policiais militares conduziram Yan à sede do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) para fazer teste de bafômetro. O exame deu negativo.
Os investigadores tentaram, mas não conseguiram imagens do local do acidente. O Centro Integrado de Analise de Imagens de Segurança Pública informou que não tem câmeras no local. A direção de uma academia comunicou que não tem câmeras externas.
A polícia também enfrentou dificuldades para identificar testemunhas. Pessoas que trabalham nas proximidades do local do acidente disseram não ter visto quem ultrapassou o sinal.
Apenas Tatiane Santos, que conduzia um veículo na Avenida Getúlio Vargas, no mesmo sentido que a BMW, relatou que Yan avançou o sinal vermelho.
Ela disse que viu o a sinalização vermelha e reduziu a velocidade para parar mais adiante. Depois, o sinal abriu para quem estava na Avenida Ramos Ferreira e os carros que estavam naquela avenida começaram a se deslocar.
A mulher relatou que quando estava parando o veículo próximo à faixa de pedestre foi ultrapassada pela BMW, “em alta velocidade”. Em seguida, “o condutor do BMW ultrapassou o semáforo vermelho, em ato contínuo colidiu na lateral traseira do lado direito do veículo Ford/Ka de cor preta, que trafegava pela Av. Ramos Ferreira”.
A testemunha disse que “com a colisão os dois veículos giraram, o veículo Ford/Ka caiu em cima dos dentes de dragões encostado em um poste e duas pessoas foram sacadas para fora do veículo”.
Em maio, o delegado Temístocles Alencar indiciou o tenente do Exército pelos crimes de homicídio e lesão corporal culposos (quando não há intenção).