Da Redação
MANAUS – A Polícia Civil do Amazonas pede a quem comprou carro da empresa Reborn, criada como fachada para venda de veículos alugados de locadora, que devolva o automóvel. Quem não devolver pode passar de vítima a indiciada por receptação.
“A gente orienta aquelas pessoas que eventualmente estejam em poder de veículos revendidos por esta quadrilha a procurem a nossa delegacia especializada a fim de prestar os esclarecimentos devidos em razão do golpe em que caíram, e a restituir esses veículos para que possamos repassá-los aos reais proprietários, que são as locadoras”, disse o delegado Cícero Túlio, da Delegacia Especializada em Roubos e Furtos de Veículos.
Dos 100 veículos revendidos de maneira fraudulenta, a delegacia recuperou 73 carros que foram devolvidos às locadoras.
O grupo criminoso foi desarticulado na semana passada pela Operação Quimera. Os envolvidos aplicavam o golpe há seis meses e fizeram mais de 100 vítimas, segundo o delegado. Para conseguir as vendas fraudulentas com mais rapidez, o grupo realizava as transações sem consultar o perfil financeiro das vítimas, que passavam a acreditar que eram, de fato, proprietárias dos veículos. Alguns carros foram vendidos para moradores de Roraima e da Bahia.
Segundo as investigações, para conseguir efetuar o contrato junto às locadoras os infratores precisavam pagar uma caução no valor de R$ 100 mil, e esses valores foram conseguidos junto a uma facção criminosa ligada ao tráfico de drogas. Assim, eles conseguiam locar esses veículos, sendo parte deles repassados a integrantes desta facção.
Em seis meses, o esquema criminoso movimentou cerca de R$ 6 milhões, considerando os valores de cada veículo, os valores de entrada que eram dados pelas vítimas e os valores recebidos por meio de mensalidades. As vítimas não vão poder recuperar esses veículos, já que eles eram de propriedade das locadoras e não podiam ser revendidos.
No último dia 16, a polícia cumpriu três mandados de prisão em nome de Isaac Correa Barbosa, 32, Mauro Charlisson Nascimento Felipe, 18, e Ruan Silva Vital, 18, por envolvimento na organização criminosa. Francisco Silva Filho, que seria o chefe da quadrilha, e Gabriel Ferreira Souza Marques estão foragidos.