Do ATUAL
MANAUS – Agentes da Polícia Civil do Amazonas cumpriram, nesta quinta-feira (17), em Itapiranga (a 226 quilômetros de Manaus), mandado de busca e apreensão contra um professor suspeito do induzir um aluno de 16 anos à prostituição. O servidor foi afastado do cargo para não atrapalhar as investigações.
De acordo com o delegado Aldiney Nogueira, da 38ª Delegacia Interativa de Polícia, mensagens encontradas no celular do adolescente mostram que o professor incentivava o aluno a criar conta em sites especializados na venda de fotos e vídeos com conteúdos sexuais, e a se prostituir de forma presencial, como forma de ganhar dinheiro.
Em uma das mensagens, o servidor sugere ao aluno criar uma conta no site OnlyFans, especializado na venda de conteúdos pornográficos, e questiona: “Vai querer quanto?”. O professor também diz: “Conheço uma trilha no Madrubá [estrada que liga a sede do município ao Lago do Madrubá], sempre vou por lá esse horário”.
Conforme a polícia, o aluno tentou se desviar das investidas fingindo que não entendia bem o que o professor tentava propor.
As investigações começaram após a mãe do aluno encontrar, no celular do filho, conversas suspeitas com o professor. Ela relatou o caso à direção da escola e ao conselho tutelar do município. A polícia foi acionada e iniciou as investigações.
A apuração preliminar indicou a pratica do crime de favorecimento de exploração sexual de adolescente. Em razão disso, os investigadores pediram autorização de busca e apreensão e quebra de sigilo telefônico e telemático contra o professor. Também pediram o afastamento dele para que ele não atrapalhasse as investigações.
“Todos os pedidos da Polícia Civil foram atendidos pelo Poder Judiciário e contaram com Parecer Favorável do Ministério Público, ocorrendo na data de ontem o cumprimento do Mandado de Busca e Apreensão na própria escola e na residência do representado, ocasião em que foi aprendido um aparelho celular, um aparelho notebook dentre outros dispositivos de mídia, que serão submetidos a perícia”, informou Nogueira.
No celular do professor, a polícia encontrou apenas dois vídeos de jovens nus, mas nenhum se referia ao adolescente identificado como vítima.
“Até o momento não pôde se confirmar que seriam menores de 18 anos, razão pela qual não houve prisão em flagrante. Porém, a depender do resultado da perícia, se constatarmos que esse fato ilícito não se tratava de um fato isolado e que era uma prática reiterada do representado aliciar ou induzir adolescentes a se prostituírem, principalmente alunos da escola onde lecionava, não está descartada uma possível representação pela decretação de sua prisão preventiva”, disse Nogueira.
O delegado destacou a conduta da mãe do aluno, do conselho tutelar e da direção da escola.
“A genitora, além de estar atenta ao que o filho estava fazendo em seu celular, também teve a iniciativa ágil de denunciar o fato aos órgãos supracitados, que por sua vez agiram de forma célere e responsável, possibilitando à Polícia Civil representar pelas providências cabíveis junto ao Poder Judiciário, que já foram cumpridas”, disse Nogueira.